Foi retomada nesta terça-feira, 5, a cobrança de impostos federais sobre o óleo diesel. A reoneração será progressiva, com alíquotas parciais. Até outubro, a alíquota de PIS/Cofins será de R$ 0,11 por litro do combustível. O impacto na bomba será de aproximadamente R$ 0,10 de alta, segundo projeção da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis).
Para outubro, nova fase da reoneração está prevista. A alíquota subirá para R$ 0,13 por litro. Para quem for abastecer, o litro do diesel vai sair pelo menos R$ 0,12 mais caro, de acordo com a federação. A cobrança da alíquota cheia de PIS/Cofins, de R$ 0,35 por litro, está prevista para janeiro de 2024.
Essa reoneração vem em um momento de alta do óleo diesel nas bombas. E se as projeções nacionais dão conta que o litro do óleo diesel deve passar dos R$ 6 a partir de outubro, o motorista catanduvense deve preparar ainda mais o bolso. Isso porque, segundo o levantamento semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em Catanduva, esse patamar já foi atingido, já que o preço médio de venda do óleo diesel é de R$ 6,65 na cidade.
Entre os dias 27 de agosto e 2 de setembro, o motorista pagou R$ 6,65, em média, pelo litro do óleo diesel nos postos locais. Na semana anterior, ou seja, entre 20 e 26 de agosto, o valor era de R$ 5,94 por litro abastecido, no valor médio. De 13 a 19 de agosto de agosto, era preciso desembolsar R$ 5,04 por litro para abastecer o veículo. E, de 6 a 12 de agosto, R$ 4,87.
Antes, os preços vinham em queda desde o anúncio da nova política da Petrobras, que abandonou em maio o Preço de Paridade de Importação (PPI). A redução foi de quase R$ 0,60 nas bombas de maio a julho. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de São José do Rio Preto (Sincopetro), Roberto Uehara, a crise de abastecimento interna, que reduziu os estoques de diesel no país pela queda nas importações, é o principal motivo para a disparada nos preços.
“Agora tem uma nova política de preços a ser adotada no mercado interno. E isso acabou afetando muito a distribuição deste produto no nosso mercado interno, uma vez porque a Petrobras ela não tem uma produção autossuficiente para suprir o consumo do mercado e com isso as companhias distribuidoras pararam de importar este produto, no caso o óleo diesel, porque não há como importar por um preço maior e vender por um preço menor dentro desta nova política de margens de preços da Petrobras. E, com isso, estamos sim tendo a falta do produto o que vai acabar agravando em todos os aspectos a política econômica do país. O governo ainda “bate o pé”, não demonstrou nenhuma capacidade que vai voltar atrás e achar uma alternativa viável e enquanto isso todo o mercado, todas as indústrias, postos de combustíveis, todos vão sofrendo com essa nova política adotada pela Petrobras e pelo governo federal”, afirma.
No Brasil, a maior parte dos produtos, desde alimentos até peças, por exemplo, é transportada pelas rodovias, em caminhões, que são abastecidos com óleo diesel. Ou seja, a sequências de altas tende a refletir em toda a cadeia, principalmente no valor do frete, chegando ao consumidor finais. No dia 15 de agosto, a Petrobras também anunciou aumento de 25% nos preços dos combustíveis.
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