Um panorama sobre a limpeza das cidades brasileiras aponta que 31,9% dos municípios ainda usam lixões como destinação final de resíduos. Essa é a alternativa mais utilizada no país, apesar de ser considerada a pior maneira de descarte. Os aterros sanitários, considerados a solução ambientalmente mais adequada por não gerar contaminação do lençol freático, é opção para 28,6% das cidades. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.
Os aterros controlados, que representam alternativa intermediária entre lixões e aterros sanitários, são usados para a destinação de resíduos em 18,7% das cidades. O levantamento do IBGE foi realizado junto às prefeituras de todas as 5.570 cidades brasileiras.
Os lixões são depósitos irregulares de lixo a céu aberto sem controle ou tratamento. Eles causam sérios impactos ambientais e sociais por contaminar o lençol freático, poluir rios e solos e afetar a saúde de quem vive próximo a essas áreas, expondo moradores a doenças.
Catanduva está na lista de municípios que conta com aterro sanitário para a destinação final do lixo produzido pela população. Por mês são produzidas 3.500 toneladas de lixo, o que resulta em uma produção anual de 42 mil quilos. O aterro sanitário da cidade é licenciado e vistoriado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, a Cetesb.
Wilma Joaquim, engenheira responsável pelo Departamento de Resíduos da Superintendência de Água e Esgoto, a Saec, explica que o objetivo é reduzir a quantidade de lixo produzida pelos habitantes através da conscientização ambiental.
“A ideia principal de sustentabilidade seria, de alguma forma possível, cada cidadão gerar menos resíduos. Como? Repensando. Será que eu preciso comprar aquilo? Repensando no que está fazendo, reutilizando. Será que eu não tenho como utilizar novamente aquilo que eu estou tentando jogar fora? E reduzindo o que se compra, o que se joga de material fora. Essa é uma maneira de você produzir menos lixo e melhorar o meio ambiente como um todo”, pontua.
Além dos resíduos sólidos, Catanduva também conta com a coleta seletiva do lixo, serviço presente em 60,5% das cidades brasileiras. Esse sistema de recolhimento de lixo separa os materiais recicláveis dos não recicláveis, facilitando seu reaproveitamento pelos catadores e pelas indústrias de reciclagem.
“Resíduos recicláveis seguem para a cooperativa Recicla Catanduva e o excedente vai para outras empresas recicladoras do município, conforme o documento que elas têm e a capacitação para o mesmo. Nesses resíduos recicláveis, é gerado o rejeito que também segue para o aterro sanitário”, completa Wilma.
ESGOTO
Catanduva trata 100% do esgoto na estação de tratamento. O volume diário é de 35 milhões de litros e mensalmente 50 toneladas de resíduos sólidos descartados de forma irregular são retiradas do esgoto.
“Desse 100%, 98% vem via rede coletora de esgoto, que são as tubulações de esgoto que passam na cidade. Os outros 2%, aproximadamente, são destinados por caminhão desobstruidor, que são os limpa-fossa. Então, todo esse material é destinado lá na estação, onde passa pelo processo de tratamento biológico, e aí esse esgoto tratado vai para a natureza sem causar impacto ambiental”, como explica o biólogo da Saec, Auro Silva Garcia Filho.
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