A Prefeitura de Catanduva alcançou a marca de R$ 15,4 milhões efetivamente gastos em 22 meses de enfrentamento ao coronavírus. O número consta no Painel de Gestão da Covid-19, disponível no site do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) e que exibe atualizações mensais a partir de informações dos 644 municípios paulistas fiscalizados – a exceção é a capital.

Conforme levantamento feito pelo Jornal O Regional na base de dados do TCE, a despesa contabilizada pelo município ultrapassou no mês passado o valor de R$ 15,1 milhões recebido em repasses, dos governos federal e estadual, de 2020 a 2022, para o combate à Covid-19.

Segundo os números do portal e caso não surjam novas transferências financeiras, a Prefeitura já passou a bancar os custos da pandemia com verbas do tesouro municipal. Mesmo sem assumir qualquer outro compromisso efetivo nessa área, a conta ainda deverá subir, uma vez que há mais de R$ 1,1 milhão em notas empenhadas este ano, que aguardam pagamento.

Em 2020, ano em que surgiram os primeiros casos de coronavírus no país, a Secretaria Municipal de Saúde recebeu R$ 14,3 milhões para executar medidas de enfrentamento. Foram R$ 13,1 milhões da União e R$ 1,1 milhão do governo estadual. Naquele ano, a administração municipal empenhou R$ 4,8 milhões e acabou pagando, dentro do exercício, pouco mais de R$ 4 milhões.

À época, a então prefeita Marta do Espírito Santo Lopes sofreu grande pressão diante dos gastos considerados reduzidos, diante do avanço do vírus – que causou 182 mortes naquele ano. Mas foi exatamente o saldo superior a R$ 10 milhões que deu sustentação para as despesas assumidas pelo seu sucessor, o prefeito Padre Osvaldo (PSDB), diante do agravamento da pandemia.

Conforme o TCE, em 2021 a Prefeitura recebeu apenas R$ 843,7 mil em repasses, sendo R$ 721,2 mil do governo federal e R$ 122,4 mil do Estado. Por outro lado, o poder público gastou R$ 9,7 milhões, chegando a empenhar R$ 13,8 milhões para tentar conter o avanço da doença no município. Apesar disso, 452 vidas foram perdidas no ano, totalizando 634 mortos desde o início.

Nos dois primeiros meses de 2022, os indicadores do TCE mostram que a Prefeitura empenhou R$ 2,7 milhões, que devem fazer referência, ao menos em parte, aos restos a pagar do ano anterior. Do montante, foi quitado R$ 1,6 milhão. Entraram nos cofres públicos, em repasses federais, somente R$ 19,1 mil. A cidade encerrou fevereiro com 685 óbitos. Hoje, já são 699.