Em tempos de redes sociais, em que as afinidades contam muito mais do que o conteúdo em si, é comum que candidatos a cargos eletivos apelem para a estratégia do “gente como a gente”, na tentativa de criarem proximidade com o eleitor.    

Entre o marketing político e a vida real, contudo, existem cifras imensas no meio do caminho. O site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que os candidatos da eleição deste ano podem até ser gente como a gente. Suas contas bancárias, no entanto, são bem mais reforçadas que as da imensa maioria dos eleitores.   

Levantamento sobre o patrimônio dos oito candidatos catanduvenses a deputado federal e estadual mostra que, juntos, eles acumulam a bagatela de quase R$ 20 milhões. Os números foram informados pelos próprios políticos, no ato do registro de suas candidaturas.    

Na verdade, os R$ 20 milhões citados no parágrafo anterior dizem respeito a sete candidatos. Um deles, Sinval Malheiros (Patriotas), apesar de já ter sido deputado federal em duas ocasiões e de exercer uma das profissões mais bem pagas do país, que é a medicina, não declarou patrimônio à Justiça Eleitoral. Dessa forma, ele ocupa a última posição no ranking de patrimônio.    

Acima de Sinval estão Fábio Manzano (MDB) e Robinson Casal (PDT), que declaram patrimônios abaixo de R$ 1 milhão. Um degrau adiante está Beth Sahão PT), com pouco mais de R$ 1,5 milhão.    

Todos os demais catanduvenses que postulam cargos legislativos neste ano - incluindo Nilton Candido (PSB), Ricardo Zupirolli (PMB) e João César (PL) - estão acima da casa dos R$ 2 milhões. No topo da lista está outro médico. Beto Cacciari (PL) conta com patrimônio declarado de R$ 7.172.086,42.    

A maior parte diz respeito à sua participação na Cacciari e Cacciari Agropecuária e Participações Ltda., pertencente à sua família. Investimentos e imóveis são os bens que mais se destacam nos patrimônios apresentados pelos candidatos catanduvenses à Justiça.    

Beth Sahão e Sinval são os únicos candidatos que participaram da última eleição parlamentar, em 2018. Nesse período, o médico teve queda considerável no patrimônio, que era de R$ 140.774,63, quatro anos atrás. Já a petista teve acréscimo de 26% nas posses declaradas, que, no último pleito estadual, estavam em de R$ 1.222.552,47.