A campanha eleitoral deste ano caminha para sua reta final, ainda em marcha lenta, inclusive no que diz respeito à distribuição de recursos para as campanhas. Embora candidatos aos cargos legislativos tenham declarado limites de gastos acima de 1 milhão, para deputado estadual, e de mais de R$ 3 milhões, para federal, na prática a arrecadação está bem abaixo desse teto.
Em Catanduva, as candidaturas locais conseguiram amealhar, juntas, o total de R$ 1.097.024,86. Desse montante, R$ 902.468,97 são oriundos de doações dos partidos dos candidatos. Os números constam no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram declarados pelos próprios políticos.
Para quem olha de fora, a quantidade pode parecer expressiva. Porém, a distribuição é desigual. Quatro candidaturas concentram 84% desse total (incluindo todos os tipos de doações). Quem mais obteve recursos até o momento é Beth Sahão (PT), que tenta retornar à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Foram R$ 350.468,97 arrecadados, sendo R$ 342.468,97 em recursos financeiros e R$ 8 mil em recursos estimáveis, que são doações feitas por pessoas físicas em forma de bens e serviços.
Dos recursos financeiros levantados por Beth até agora, R$ 225 mil são do diretório nacional de seu partido, seguidos de R$ 62.468,97 do PT estadual, R$ 45 mil destinados por dobradas com candidatos a deputado federal e R$ 10 mil em recursos próprios, além de doações de pessoas físicas.
Na sequência vem outro candidato a deputado estadual. João César Moraes (PL) já arrecadou R$ 250.457,44, encaminhados pelas direções nacional e estadual de seu partido. O terceiro colocado é Sinval Malheiros (Patriota), que luta para retornar à Câmara Federal. O médico obteve R$ 225 mil junto a sua legenda.
O quarto que mais arrecadou foi o advogado Fábio Manzano (MDB), que também tenta se eleger deputado federal. Foram R$ 100 mil destinados pela legenda, além de R$ 4,5 mil em recursos estimáveis, R$ 4.250 em recursos próprios e R$ 2,5 mil doados por pessoas físicas.
O médico Beto Cacciari (PL), que disputa uma vaga no Congresso Nacional, arrecadou R$ 99.999, dos quais R$ 95 mil são em recursos próprios e o restante vem de doação de pessoa física. O ex-vereador e advogado Nilton Candido recebeu R$ 40 mil do PSB. Ele também é candidato a deputado federal.
VAQUINHA VIRTUAL
Outros dois candidatos ainda não receberam recursos partidários para esta eleição. Um deles é o médico Ricardo Zupirolli (PMB), que tenta se eleger para a Alesp. No caso dele, a legenda não terá direito a fundo eleitoral. Segundo ele, por enquanto os candidatos a deputado federal de seu partido não firmaram compromisso de dobradas. “Estou trabalhando com o mínimo de recursos próprios. Vai ser no peito e na raça mesmo”, afirma.
Apesar de ainda não haver recebido repasses de seu partido para a campanha, o também candidato a deputado estadual Comandante Robinson Casal (PDT) tem motivos para comemorar. No site do TSE, sua campanha registra arrecadação de quase R$ 25 mil em doações feitas pelo modelo de “vaquinha virtual”. Esse sistema permite que pessoas físicas destinem valores a candidatos, via internet. Casal é o único candidato na cidade a utilizar esse método de financiamento de campanha.
Na plataforma de arrecadação Voto Legal, ele já acumula R$ 31.844,45 recebidos. A meta estabelecida é de R$ 100 mil. Ele obteve 512 doações de eleitores em geral, além de 146 feitas por seguidores. O candidato conta com um canal no YouTube, com mais de 400 mil inscritos, onde se dedica a analisar temas relacionados à estratégia militar e à geopolítica.
“Estamos fazendo uma campanha transparente, com forte envolvimento popular em todo o Estado de São Paulo. Meu compromisso maior é com Catanduva, minha cidade de nascimento e coração”, diz o candidato.
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