‘Cada segundo até ser atendido, faz toda a diferença para a vítima’
Neurocirurgião Lucas Crociati Meguins, do Austa Hospital, explica que os danos ao cérebro aumentam à medida que o tempo passa
Foto: Divulgação - Ressonância magnética e tomografia são exames utilizados para diagnosticar o problema
Por Da Reportagem Local | 29 de outubro, 2023

Subitamente, um lado do corpo paralisa, a boca entorta e há dificuldade para falar. Esta cena acontece, em média, com quase 1.000 pessoas no Brasil todo dia. Elas estão sofrendo um AVC, o acidente vascular cerebral ou derrame, como é conhecido. É um caso a cada 2 minutos. A partir deste instante, cada segundo é vital para salvar a vítima ou reduzir as sequelas que ele causará.

Portanto, conhecer a doença e saber identificá-la é fundamental. Este é o principal objetivo do Dia Mundial do AVC, celebrado neste domingo, 29 de outubro, data que faz referência a uma doença reversível, mas cuja cura depende sobretudo da rapidez com que ela é atendida.

“Quando ocorre o AVC, o fluxo sanguíneo para o cérebro fica comprometido, fazendo com que os neurônios fiquem sem oxigênio e morram. Portanto, à medida em que o tempo passa, os danos ao cérebro aumentam, consequentemente, as chances de sequelas, tornando a recuperação do paciente mais difícil”, explica o neurocirurgião Lucas Crociati Meguins, do Austa Hospital, de Rio Preto.

Segundo o último levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, 99 mil brasileiros morreram vítimas de AVC em 2020. Os sinais se manifestam de forma momentânea e rápida, em poucos segundos: a pessoa deixa de movimentar um lado do corpo; tem dificuldade de falar ou alteração da fala, dificuldade de articular e entender palavras; a boca e/ou o rosto ficam entortados.

O AVC é causado ou associado a fatores que prejudicam a circulação de sangue no cérebro, entre os quais a hipertensão arterial, o diabetes e o tabagismo são os três principais. Eles se somam ainda à presença de dislipidemias, colesterol alterado, triglicerídeos acima do esperado.

“Além destes fatores, hábitos de vida como o sedentarismo, obesidade, o aumento do diâmetro abdominal e alimentação inadequada, insônia persistente ou má qualidade de sono, a síndrome de fadiga crônica e falta de atividade física, tudo somado contribui muito para a evolução da doença arterial intracraniana, que culmina no acidente vascular cerebral”, pontua o neurocirurgião. Outras causas, mais raras, são as síndromes genéticas.

Reconhecer o início de um AVC e encaminhar rapidamente a pessoa ao serviço de saúde não basta. É essencial também, segundo Meguins, que o paciente seja atendido por uma equipe multiprofissional especializada e preparada para este caso específico.

O Austa Hospital, por exemplo, possui o protocolo de AVC que norteia as ações de sua equipe especializada, formada por neurologistas, neurocirurgiões e profissionais de enfermagem. Rapidamente eles avaliam qual tipo de AVC a pessoa está tendo: o AVC isquêmico, quando a artéria está entupida, ou o AVC hemorrágico, em que a artéria se rompe, permitindo que o sangue extravase. Este tipo de AVC é popularmente conhecido como derrame cerebral.

Para auxiliar no diagnóstico rápido e preciso, os médicos contam com exames como a tomografia de crânio e a ressonância magnética. No AVC tipo hemorrágico, quando um coágulo comprime o cérebro, a equipe do hospital precisa realizar cirurgia para drená-lo, aliviando a hipertensão intracraniana, restabelecendo fluxo sanguíneo cerebral nos dois hemisférios do cérebro.

A alta hospitalar não representa o fim do tratamento e recuperação do paciente. Este é o fim da fase aguda, após a qual se inicia a reabilitação clínica, etapa muito mais longa na vida de pacientes que permanecem com sequela neurológica. Nesta fase da recuperação, é importante que o paciente conte com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo e até com especialista em acupuntura.

"A doença vascular cerebral muitas vezes evolui com sintomas depressivos e transtornos de ansiedade generalizada. Então, o paciente precisa de uma abordagem global de uma equipe multidisciplinar após a alta hospitalar", completa o neurocirurgião.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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