Bispo de Catanduva defende voto e proíbe ações políticas
Além disso, ele reforçou que a Igreja Católica não apoia e nem possui vínculo partidário
Foto: Vitor Zocarato - Dom José Benedito Cardoso reforçou veto de manifestações políticas pelo clero
Por Guilherme Gandini | 03 de setembro, 2024

O bispo diocesano de Catanduva, Dom José Benedito Cardoso, divulgou carta aberta à comunidade para tratar sobre as Eleições Municipais de 2024. No documento, ele ressalta que vivemos em uma democracia e que escolher nossos representantes “é um dos modos mais genuínos de exercer esse direito, que foi conquistado com muita luta”.

O religioso defende o respeito uns aos outros em suas opções partidárias, com a manutenção do diálogo. “Permitamos que a prevalência da paz e da saudável convivência e não deixemos que a comunhão entre nós seja enfraquecida pelas ideologias partidárias ou polarizações.”

Além disso, Dom José afirma que a Igreja Católica não possui vínculo partidário e não apoia candidatos políticos específicos. “Ela oferece orientação, baseada no Magistério da Igreja, sobretudo na Doutrina Social da Igreja que aborda temas como a dignidade humana, o bem comum, a justiça social, a defesa da vida e da família, a solidariedade e o cuidado com a criação. É a ‘boa política’ que o Papa Francisco nos apresenta na Encíclica ‘Fratelli Tutti’”, pontua.

O bispo pede que os eleitores avaliem o histórico de cada candidato, seu itinerário político, se tem uma vida honesta e não está envolvido em fraude ou corrupção, se está comprometido com o bem comum, com os pobres e excluídos e com a defesa da casa comum.

“O nosso dever de cidadão exige o compromisso com o voto, mas vale a pena lembrar que o exercício do voto deve ser livre, consciente e secreto. Divulguem a verdade dos fatos e não espalhem notícias falsas (Fake News). Estas são uma ofensa às pessoas, destroem a democracia e sua disseminação é um delito com consequências morais e jurídicas”, complementa.

Ao clero – bispos, padres e diáconos, Dom José afirma que fica vetado o uso de redes sociais, celebrações litúrgicas ou outros momentos eclesiais para manifestações político-partidária.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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