O Censo Demográfico 2022, iniciado no dia 1º de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), passou por 20,2 milhões de domicílios no país, contando até 29 de agosto o total de 58,2 milhões de pessoas. Em Catanduva, as equipes já percorreram cerca de 18 mil imóveis, equivalente a 30% do total estimado para a cidade, que é de 60 mil unidades.  

Coordenador de área do IBGE em Catanduva, Edson da Silva diz que ritmo do trabalho está abaixo do previsto. “Está aquém da expectativa nossa, era para estar bem melhor, com até 60% coletado, mas começamos com 88 agentes e, hoje, estamos com 62 em campo”, comenta, citando que muitos trabalhadores desistiram devido à dificuldade em coletar respostas.  

Segundo ele, nesta semana que se inicia, o grupo será reforçado. “Terminamos de treinar mais 42 recenseadores e essa força nova vai entrar agora. Vamos ficar com 104 no total. Se nesse grupo ninguém desistir, aí creio que mais 30 ou 40 dias a gente termina a coleta dos dados, pois é algo rápido”. Inicialmente, foram abertas em Catanduva 110 vagas para o Censo 2022.  

A resistência dos moradores em responder ao Censo, que tem afugentado os entrevistadores, foi noticiada recentemente por O Regional, a partir de depoimentos de recenseadores que foram até agredidos verbalmente. “Não há o mínimo de respeito, somos xingados, mal tratados”, afirmou Angelo Cazelatto, que trabalha pela primeira vez para o IBGE.  

Outros recenseadores confirmaram que a relação com a população é realmente difícil, sobretudo porque as pessoas têm medo de estarem sendo enganadas por um possível golpista. Cazellato cita o mesmo problema, apesar do uniforme, colete, boné e de carregar documento com foto e até um QR Code que pode ser acessado pelo morador para confirmar a identidade.   

“As pessoas estão inseguras, mas temos toda uma segurança, as pessoas têm como confirmar. Além disso, dá para fazer pelo interfone, telefone, internet. A gente instruiu os recenseadores a não entrarem nas casas, para falar do portão, é mais seguro para o morador e para os próprios agentes”, completa Kátia Maestrelo Duarte, coordenadora de subárea do IBGE em Catanduva.   

Em geral, os recenseadores tentam até quatro vezes coletar informações com os moradores. Muitos deles têm optado, inclusive, por ir até as residências mais no período da noite ou aos finais de semana, porque há mais chance de encontrar as pessoas em casa.  

Ao todo, no país, de acordo com a Agência Brasil, 99,7% da coleta foi feita de forma presencial. Um total de 34.055 domicílios optaram por responder pela internet e outros 30.202 pelo telefone. De acordo com o IBGE, 2,3% dos domicílios visitados se recusaram a responder. 

Censo tem dois tipos de questionários 

Agência Brasil  

O questionário básico do Censo 2022 contém 26 questões sobre características do domicílio, seus moradores e a identificação étnico-racial, registro civil e educação dos mesmos, além do rendimento do responsável e dados a respeito de mortalidade. Na média, as pessoas têm demorado seis minutos para respondê-lo.  

Já o modelo ampliado investiga, além desses aspectos, detalhes sobre trabalho, renda, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo. Este leva, em média, cerca de 18 minutos para ser respondido.   

O tipo de questionário a ser aplicado a cada pessoa entrevistada é definido por amostragem, de forma aleatória.