Atleta do Solo Sagrado, Lourival Neto vê no esporte seu presente e futuro
Data celebra o esporte que sempre esteve presente na vida do catanduvense e que viajou até São Paulo em busca do sonho de disputar as Olimpíadas
Foto: DIVULGAÇÃO - Lourival Neto já foi campeão brasileiro e vice-campeão sul-americano
Por Stella Vicente | 09 de outubro, 2022
 

Lourival Nogueira de Almeida Neto tem 31 anos, é nascido e criado em Catanduva, especificamente no bairro Solo Sagrado. Sua história com o atletismo começou quando tinha ainda sete anos de idade, no CAIC. Não demorou muito para que ele conquistasse sua primeira medalha na modalidade, mas foi com o passar dos anos que ele descobriu a sua especialidade: o salto em distância.  

Desde então ele levou o nome de Catanduva e do CAIC por cidades de todo o estado de São Paulo. Ainda em 2005 ele foi campeão e recordista dos Jogos Estaduais Escolares Brasileiros. Foi também neste ano que ele, com a ajuda de seus professores e da escola, foi selecionado para fazer um teste no maior e melhor centro de formação de jovens atletas de todo o estado, o Projeto Futuro, localizado na capital São Paulo. Por lá passaram profissionais de renome nacional e internacional como Maurren Maggi, Jadel Gregório, Keila Costa e os judocas Felipe Kitadai e Rafael Silva.  

Com apenas 15 anos, Lourival então se muda para a cidade grande, já que na época Catanduva ainda não oferecia a estrutura necessária para que ele continuasse treinando por títulos maiores. A adaptação foi difícil, segundo eles, mas foi na capital que ele começou a treinar com Nélio e Tânia Moura, ambos treinadores da campeã olímpica de salto em distância, Maurren Maggi, que é também a maior referência de Lourival no esporte.  

“Em pouco tempo comecei a colher bons frutos no salto em distância, conquistei títulos a nível nacional e internacional. Entre esses destaco o bicampeonato brasileiro; duas vezes vice-campeão sul-americano em São Paulo, Brasil e em Lima, no Peru; uma final de campeonato do mundo em Moncton no Canadá; a terceira colocação no campeonato pan-americano e um tricampeonato em GP’s sul-americanos na Bolívia, Chile e Argentina”, destaca Lourival. 

O atleta hoje voltou para Catanduva por conta de problemas de saúde em sua família, mas segue em preparação para alçar novos voos em sua carreira e chegar em seu objetivo principal que é participar dos Jogos Olímpicos. “Na cidade, eu fui bem acolhido por alguns empresários e personalidades do esporte, como o atleta Alex Sandro e do meu companheiro de modalidade Altobeli Silva”, conta.  

Para Lourival, o atletismo significa tudo em sua vida. Ele ressalta que sem a modalidade talvez ele nunca teria conhecido todos os países ou pessoas que conheceu e que o atletismo mudou totalmente o rumo de sua vida.  

“Não sei se talvez eu iria para o lado errado, mexer com coisas erradas, mas eu falo que o atletismo me tirou da margem de tudo que era errado pelo bairro em que eu nasci, que é um bairro da periferia. Eu sou um cidadão periférico e fiquei à margem de muita coisa errada há muito tempo”, diz o atleta, que não consegue se imaginar sem a pista, a sapatilha e sem seus companheiros de treino e competição.  

Por ter voltado recentemente a Catanduva, ele diz não poder falar com propriedade sobre  a prática do esporte na cidade. Ele destaca como um ponto positivo o movimento das pessoas em promover corridas por aqui, como foi o caso da Unimed e do Sesc, por exemplo.  

“É uma maneira de promover saúde para a população de Catanduva a realização dessas corridas e tendo esses grupos, alguns pagos e alguns de graça como é no Conjunto Esportivo. É muito boa a iniciativa dessas pessoas fazerem o atletismo da cidade viver de alguma maneira. O pessoal da medicina de Catanduva tem um grupo de treinamento de atletismo da Atlética deles e representaram a cidade nos Jogos Regionais em São José do Rio Preto", ressalta Lourival, que lembra que em Rio Preto há uma pista para que atletas possam treinar na região mesmo, sem precisar ir para a capital como ele.  

Por fim, ele reafirma a importância do incentivo ao esporte na cidade e, principalmente, nas escolas, para que jovens possam descobrir o amor por essa prática e alcançarem grandes feitos, como foi o caso dele. “Aqui ainda falta o atletismo escolar, a base, porque é ali que se fomenta o esporte. Fica aqui o meu pedido aos nossos secretários e governadores para que invistam mais no esporte em sua cidade, porque acima de tudo o atletismo é base de tudo”, completa. 

 

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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