Atleta de 95 anos quebra dois recordes mundiais de natação
Representando o Clube de Tênis, Guilherme da Silva superou as marcas dos estilos 200m peito e 50m borboleta em Uberlândia
Crédito: Divulgação - Nadador premiado treina praticamente todos os dias, tanto na piscina, quanto na academia
Por Stella Vicente | 03 de dezembro, 2023

O atleta Guilherme da Silva, 95 anos, de Catanduva, quebrou dois recordes mundiais na 70ª edição do Campeonato Brasileiro de Natação Masters, realizado em Uberlândia de 23 a 26 de novembro. As marcas superadas pelo nadador foram nos estilos 200m peito e 50m borboleta, cujos recordes eram mantidos há mais de uma década por nadadores japonês e norte-americano, respectivamente.

Guilherme mudou-se de São Paulo para Catanduva há cerca de 40 anos. A natação sempre esteve presente em sua vida, por hobby, mas foi no Clube de Tênis que a ideia de profissionalizar surgiu.

Ele conta que, até então, nadava de brincadeira, mas os técnicos pediram que representando o CTC. “[Eu disse] que ia treinar um pouco e ver como seria. Treinei até completar 60 anos, quando teve uma competição em Araraquara, ganhei na minha categoria e desde então não parei mais”, revela.

Até hoje Guilherme representa o Clube de Tênis, que dá todo o apoio para que ele participe das competições, nas quais acumula 40 kg de medalhas, que representam cerca de 500 conquistas ao longo dos anos de atuação profissional na natação master. Além dos dois recordes mundiais do último final de semana em Uberlândia, Guilherme já coleciona mais de 30 recordes sul-americanos e também uma marca mundial conquistada em Ribeirão Preto, quando tinha 90 anos, no estilo 100m borboleta.

“Treinei praticamente 10 meses para essa competição e meu objetivo era bater o recorde dos 100m peito também. No treinamento eu iria bater o recorde por dois segundos, mas devo ter cometido alguma falha [na competição] e eu perdi por um segundo. É muito difícil”, relata.

O nadador treina praticamente todos os dias, tanto na piscina, quanto na academia, fazendo musculação, a fim de manter a massa e a força do corpo. “Gosto de caminhar e correr. Eu corria 10 a 12 km até uns anos atrás, mas na época da Covid-19 levei um tombo e tenho marcas até hoje, porque gosto de correr na rua, e lesionei o manguito do ombro e dói demais. Então hoje estou caminhando e correndo um pouco, cerca de 5 km, uma ou duas vezes na semana.”

Alcançar o recorde mundial nos estilos peito e borboleta, os quais considera sua especialidade, foi muito especial para Guilherme. Ele afirma que já presenciou muitas emoções em sua vida, desde desfilar em escola de samba no Rio de Janeiro até ser selecionado para carregar a Tocha Olímpica em 2016, quando o evento foi sediado no Brasil, mas a conquista recente foi tão emocionante quanto.

“Eu me preparei, mas você nunca sabe se irá conseguir bater [o recorde] ou não, porque às vezes é por questão de segundos. Na região nós não temos piscina de 50m, apenas de 25m, então quando você não está acostumado é difícil e cansa muito”, pontua.

Ele ainda destaca a importância de Catanduva ter um local como o Clube de Tênis, que possui a estrutura, com a nova piscina, e proporciona incentivo ao esporte dentro de uma cidade que já teve e tem grandes nadadores com potencial. “Teremos duas competições no Clube, como a Copa Brasil, que vale para bater recorde mundial, desta vez na piscina de 25m. Vou treinar bastante para ver se consigo o do 50m borboleta”, projeta.

O incentivo à prática esportiva é celebrado por Guilherme, que também acredita que as pessoas deveriam se debruçar mais em busca de atingir seus objetivos, seja no esporte ou na vida em geral. Para ele, nunca é tarde para começar ou recomeçar. “Se você nunca fez esporte, faça algo que goste. Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve e no esporte é a mesma coisa”, aponta.

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Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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