Com o objetivo de acolher, dar apoio e cuidar de familiares e cuidadores de crianças e jovens autistas, Catanduva ganhou um novo espaço: a Associação Destemidas – “Fortalecendo Mães, Transformando Vidas.” O lançamento do projeto aconteceu na noite da última sexta-feira, 19, e contou com a participação de autoridades, instituições, empresas e imprensa.
A presidente da associação e idealizadora do projeto, Andréa Alcântara Bertochi, que é mãe e esposa atípica, afirma que muito se fala do diagnóstico do autismo, dos cuidados que a criança ou adolescente precisam ter, mas a sociedade não está preparada para acolher e ser rede de apoio dos pais. E as mães, principalmente, estão adoecendo.
“Os sentimentos que a gente não coloca para fora estão nos adoecendo, e não só a mim, como às famílias, porque lidar com eles não é fácil. Nós vivemos numa sociedade que não está preparada para acolhê-los e muitas das famílias não tem ninguém para estar apoiando e ficando com essa criança, adolescente ou adulto, para que esse membro responsável por essa pessoa consiga se tratar, se cuidar, até mesmo fazer uma terapia. E hoje, sejamos sinceros, terapia acaba sendo caro e não é todo mundo que tem condições de pagar”, pontua Andréa.
Vendo todo esse processo e passando por essa mesma demanda ao longo dos anos, ela concluiu que algo deveria ser feito. “Cruzar os braços não deveria ser uma opção e ver o irmão sofrendo e nada fazer, eu falo sempre isso, nós estamos deixando de aprender a conviver como irmãos. A partir disso, nós desenvolvemos juntos a Associação Destemidas, hoje temos nosso estatuto, temos CNPJ. Então, Catanduva agora terá um espaço dedicado a mãe, o pai e cuidadores dessas crianças com necessidades especiais e atípicos.”
Inicialmente, a Associação Destemidas atenderá 15 mães, mas o objetivo é expandir o número de pessoas que terão acesso aos serviços oferecidos pelo projeto, que conta com uma gama de voluntários. “Nós vamos oferecer desde o suporte psicológico com rodas de conversa para que elas tenham o seu momento de identificação. Aquelas que nós observarmos a necessidade de atendimento individual vai ser direcionado para essa área de atendimento”, explica a gestora.
O trabalho será feito por voluntários, sem recursos da iniciativa privada ou do poder público: “Tudo é voluntário, com amor, carinho e dedicação de pessoas de muito bom coração.”
Além da assistência psicológica, a associação também terá espaço dedicado à mente, com uma professora de yoga, uma massoterapeuta e uma enfermeira integrativa que trabalha com aromaterapia e cromoterapia, práticas integrativas e complementares reconhecidas pelo SUS.
“Teremos apoio jurídico, nós temos advogados que vão auxiliar, porque tem muitas mães que não sabem o básico de quais são os direitos que esse indivíduo tem. Então, esse apoio jurídico vai estar auxiliando, inclusive também na obtenção dos direitos ao medicamento”, completa.
Futuramente, a Associação Destemidas deverá contar com espaço para receber os filhos dessas mães para que elas possam passar pelos atendimentos de forma segura e tranquila, sabendo que seus filhos estão sendo acompanhados por equipe especializada. A sede da instituição fica na rua Santos, nº 807, na esquina com a rua Recife, na Vila Rodrigues.
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