Representantes do projeto Apoio ao Estudo, liderados pelo juiz Wagner Ramos de Quadros, estiveram na Câmara de Catanduva, na terça-feira, 20, para apresentar aos vereadores e à população detalhes sobre o trabalho voluntário. A iniciativa, em breve, será transformada em uma organização da sociedade civil filiada à Arcos – Associação e Rede de Cooperação Social.

“O projeto tem como finalidade criar oportunidades de estudo como meio de a pessoa construir um futuro melhor para si mesma e sua família. A gente entende que a educação e o trabalho são os dois principais caminhos para que a pessoa tenha a sua autonomia na vida, e não dependa de assistencialismo para viver dignamente, quer dizer, a construção da dignidade a partir do trabalho e do estudo”, expõe Quadros, que iniciou o projeto de forma pessoal, há 20 anos.

Ele frisa que, para trabalhar, a pessoa precisa estudar e estar qualificada para a função. “O estudo é o primeiro ponto mesmo”, frisa Quadros, apontando que o foco do projeto são pessoas em situação de vulnerabilidade, mas que desejam estudar e que não podem ter acesso a um estudo mais qualificado, justamente em razão da sua condição socioeconômica.

“Esse trabalho que a gente nomeou de Apoio ao Estudo eu realizo individualmente há muito tempo, muitos anos, mas, há relativamente pouco tempo, uns dois anos mais ou menos, a gente formou um grupo. Eu chamei amigos que se interessam pelo assunto e nós começamos, juntos, a garantir essa ação. As pessoas dão pequenas contribuições e, com esse caixa e com esse apoio dessas pessoas, a gente conseguiu intensificar bastante as ações”, conta.

Atualmente, vários colégios abraçaram a proposta e concedem bolsas e descontos para que essas crianças e adolescentes possam estudar em escolas que oferecem melhores condições. Os parceiros são Colégio São Mateus, Colégio Jesus Adolescente, Colégio Catanduva, Colégio Interativo - COC e Colégio XI Agosto de Santa Adélia, além da Unifipa, que tem concedido bolsas para o estudo de Tecnologia em Recursos Humanos e para o Técnico em Enfermagem.

“Oferecemos para pessoas mais vulneráveis e também apoiamos as famílias. Estabelecemos um relacionamento com a família e não apenas com o aluno apoiado. Também já chegamos a apoiar adultos, tanto em qualidade como em eventual curso, ajuda financeira”, expõe Quadros.

RESULTADOS

Wagner Quadros frisa que, no cenário ideal, o ensino público deveria oferecer ensino de qualidade que dê condições de a pessoa vencer na vida. “Como não é possível ainda mexer nessa questão maior e mais básica, o que a gente está fazendo? Alguma coisa. O que a gente pode fazer? Apoiar pessoas”, aponta ele, contabilizando 20 apoiados pelo projeto atualmente.

Os resultados também já começaram a aparecer. Ele cita como exemplo a jovem Agatha Vitória Gomes Mustafa Cândido, bolsista do Colégio Ressurreição que foi aprovada no curso de Direito da FGV - Fundação Getúlio Vargas, uma das faculdades de Direito mais conceituadas do Brasil.

Entre os apoiados, também estão dois adolescentes e uma criança considerados superdotados e que, agora, tem a oportunidade de desenvolver esse potencial ao se tornarem bolsistas.

Outro caso emblemático é o de um estudante do terceiro ano do curso de Medicina da Fameca/Unifipa que não tem condições de bancar a sequência do curso, pois a família não tem renda para isso. “Estamos constituindo um grupo que, num primeiro momento, se dispõe a garantir que ele consiga concluir esse terceiro ano”, celebra Quadros.

Para obter mais informações sobre o projeto ou contribuir com a ação social, o contato de Wagner Quadros é 17 99147-3510.