Ansiedade ou transtorno de ansiedade? Médica orienta
Foto: Divulgação - Simone Fernandes: ‘ansiedade excessiva é uma forma de o cérebro pedir ajuda’
Simone Fernandes diz que reflexos costumam aparecer de forma camuflada e têm aumentado diante da pressão da rotina
Por Da Reportagem Local | 07 de novembro, 2025

A ansiedade faz parte da vida moderna, ela está presente antes de uma reunião importante, de uma entrevista de emprego ou até mesmo quando o celular toca com um número desconhecido. Mas, segundo a neurologista Simone Fernandes, é preciso saber reconhecer quando a ansiedade deixa de ser uma emoção natural e se transforma em um transtorno que exige atenção médica.

“Sentir ansiedade é humano. O problema está quando esse sentimento passa a dominar a rotina, interferindo no sono, na concentração, no apetite e nas relações pessoais. É nesse ponto que podemos estar diante de um transtorno de ansiedade, e não mais de um estado passageiro”, explica a médica.

Com quase 20 anos de experiência clínica e docente, atuando intensamente em consultório e como professora na Faculdade de Medicina de Catanduva – Fameca/Unifipa, Simone observa, diariamente, o quanto a pressão da rotina e o excesso de estímulos digitais têm aumentado os quadros de ansiedade.

Ela cita exemplos comuns no consultório: “Atendo pacientes que dizem: ‘Doutora, eu não consigo relaxar nem quando estou de férias’, ou ‘Parece que minha cabeça não desliga nunca’. Esse tipo de relato mostra que a mente está em constante estado de alerta e isso não é normal.”

Segundo a neurologista, os sinais de alerta costumam aparecer de forma camuflada: taquicardia, tensão muscular, dificuldade para dormir, irritabilidade, esquecimentos e até tonturas podem estar relacionados ao transtorno. “O corpo fala antes da gente entender o que está acontecendo. A ansiedade excessiva é uma forma de o cérebro pedir ajuda”, frisa.

CONSEQUÊNCIAS

Além do impacto físico e emocional, o transtorno de ansiedade pode afetar o desempenho profissional, a convivência familiar e até levar a outros distúrbios, como depressão e enxaqueca.

“Por isso, é fundamental procurar avaliação médica. O tratamento pode envolver acompanhamento psicológico, ajustes no estilo de vida e, em alguns casos, medicação. O mais importante é não ignorar os sinais”, reforça.

A neurologista também faz um alerta sobre o uso indiscriminado de calmantes e ansiolíticos sem orientação médica: “Automedicação é perigosa. O medicamento pode mascarar os sintomas, mas não resolve a causa. O ideal é buscar ajuda profissional para entender o que está por trás da ansiedade.”

Para a Dra. Simone, falar sobre saúde mental é uma forma de quebrar o tabu e incentivar o autocuidado. “Cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do coração. A diferença é que, quando o sofrimento é emocional, muitas pessoas ainda têm vergonha de pedir ajuda. Precisamos mudar essa realidade.”

 

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Da Reportagem Local
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