Americanas deve R$ 2 milhões para duas empresas da região
Enova Foods tem R$ 1,8 milhão a receber e o restante é devido para a Cristal Aço; gráfica e prefeitura aparecem com pequenos valores
Foto: Divulgação/Garden Shopping - Em Catanduva, a Americanas possui duas lojas, sendo uma delas no Garden Shopping
Por Guilherme Gandini | 31 de janeiro, 2023

A Americanas entregou na semana passada a lista de credores de seu processo de recuperação judicial. A varejista informou R$ 41 bilhões devidos aos credores de classe III, que representam as dívidas com terceiros e somam 6.438 partes. A lista toda conta com 7.967 nomes. Da região, aparecem a prefeitura e duas empresas de Catanduva, além de uma de Itajobi.

Entre elas, a que tem o maior montante a receber, R$ 1,8 milhão, é a Enova Foods, que fica situada no Distrito Industrial José Antônio Boso e atua em segmentos diversificados que vão desde refresco em pó, amendoins e petiscos de castanhas, até uma linha completa de wellness composta por snacks saudáveis, massas e produtos sem glúten e sem lactose.

Na sequência aparece a a Cristal Aço - Indústria Metalúrgica Metalgondolas Ltda, instalada no Distrito Industrial de Itajobi e que é especializada na fabricação de gôndolas, checkouts, expositores e sistema de armazenagem. A empresa tem R$ 153 mil a receber da companhia.

A lista ainda traz Evandro Carlos Stopa Catanduva ME, a Plotcopy - Solução em Impressão Digital, com R$ 50 pendentes, e a Prefeitura de Catanduva, que aparece com crédito de R$ 25,69.

Em Catanduva, a Americanas possui duas lojas, sendo uma delas dentro do Garden Shopping, e outra no calçadão da rua Brasil, que atua no modelo express.

Os principais credores da Americanas são os bancos e as instituições financeiras, a começar pelo Deutsche Bank, com saldo de US$ 1 bilhão, equivalente a R$ 5,2 bilhões. Logo depois aparecem o Bradesco (R$ 4,8 bi), Santander Brasil (R$ 3,6 bi), BTG Pactual (R$ 3,5 bi), BV (R$ 3,3 bi), Itaú Unibanco (R$ 2,9 bi), Banco do Brasil (R$ 1,3 bi), Daycoval (R$ 509 mi) e Caixa (R$ 501 mi).

A relação também apresenta grandes fornecedores de serviços e produtos. Dentre os destaques estão a Samsung, com dívida de R$ 1,2 bilhão, a Appe, com R$ 98,6 milhões, o Google, com R$ 94 milhões, e o Facebook, R$ 11,4 milhões. Com fabricantes de chocolate, as principais dívidas são da Nestlé (R$ 259 mi) e Ferrero (R$ 14,8 mi). Para a Ambev, a Americanas deve R$ 4 milhões.

ENTENDA

Uma das lojas mais conhecidas dos brasileiros, a Americanas reconheceu dívida de R$ 41 bilhões e teve seu pedido de recuperação judicial acatado pela Justiça. Enquanto a companhia tenta se reerguer, nas ruas as lojas continuam abertas, assim como o espaço virtual. A empresa emprega mais de 100 mil pessoas direta e indiretamente e tem 53 milhões de clientes.

Segundo especialistas, o rombo veio a partir da forma que a Americanas registrou suas dívidas ao longo dos anos. A empresa compra mercadoria dos fornecedores e, antes da venda, quita o pagamento com empréstimos. Com isso, o fornecedor recebe e a companhia paga a instituição bancária com juros. O problema é que, em vez de registrar os valores como dívida financeira, a Americanas registrava no balanço a dívida com o fornecedor, sem contabilizar os juros.

No processo de recuperação judicial, a Americanas vai tentar renegociar as dívidas, pleiteando descontos e novos prazos. O processo pode demorar meses e até anos. A companhia também poderá vender ativos. Em comunicado direcionado aos clientes em seu site, a empresa frisa que “entre nós e você, nada mudou” e que “está focada na manutenção das operações”.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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