
Agosto Dourado é o mês dedicado à promoção do aleitamento materno, em referência ao leite materno ser considerado o "padrão ouro" em termos de qualidade nutricional e imunológica para o bebê. A campanha reforça a importância do aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses de vida e sua continuidade, de forma complementar, até os dois anos ou mais.
Para a pediatra Gabriela Marcatto, que atua com foco no atendimento humanizado e acolhedor em Rio Preto, o leite materno vai muito além da nutrição. “É o primeiro e mais importante vínculo entre mãe e bebê. É um alimento completo, vivo, feito sob medida para cada fase do desenvolvimento da criança”, explica.
De acordo com a médica, o leite materno contém anticorpos fundamentais para a formação do sistema imunológico. Ele ajuda a proteger o bebê contra infecções respiratórias, gastrointestinais, alergias e até doenças crônicas a longo prazo, como obesidade, diabetes e hipertensão. “Bebês que mamam têm menos internações hospitalares, menos episódios de diarreia, otite, bronquiolite e infecções em geral. E também costumam ter um desenvolvimento neurológico e emocional mais equilibrado”, afirma.
A amamentação também traz benefícios significativos para a saúde da mulher. “Ajuda na recuperação pós-parto, contribui para a perda de peso, reduz o risco de câncer de mama e ovário, além de promover uma conexão emocional profunda com o bebê”, complementa.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a amamentação exclusiva até os seis meses pode reduzir em até 63% as internações por doenças respiratórias. E mesmo após a introdução de novos alimentos, manter o aleitamento até os 2 anos (ou mais) segue sendo altamente recomendável.
Para Gabriela, um dos grandes desafios da amamentação é a desinformação. “É comum ouvirmos mitos como o do 'leite fraco', mas essa ideia não tem fundamento científico. Toda mulher, mesmo com alimentação limitada, produz um leite adequado para o seu bebê. O que faz a diferença é ter apoio, informação e acolhimento nesse momento tão especial e delicado.”
Ela reforça que a amamentação também é possível para mulheres com prótese de silicone ou que passaram por cirurgia de redução mamária, desde que tenham orientação médica individualizada.
Com uma abordagem centrada no cuidado integral da criança, a Gabriela defende que o sucesso da amamentação começa com a construção de uma rede de apoio e com a escuta sensível dos profissionais de saúde. “Mais do que técnicas, a mãe precisa de segurança, empatia e informação”, destaca.
Autor
