Os vereadores de Catanduva aprovaram por unanimidade, em primeira discussão, o projeto de lei apresentado pela Mesa Diretora que propõe o tombamento do Aeroclube de Catanduva João Caparroz como patrimônio histórico e cultural do município. A matéria voltará à pauta de votação e deverá receber o aval definitivo na próxima terça-feira, 20.
“O Aeroclube de Catanduva é um patrimônio que representa não apenas a aviação local, mas também memórias e conquistas importantes para nossa comunidade. Sua preservação é fundamental para as gerações”, manifestou-se a Câmara, em nota, logo após a aprovação.
O projeto declara de valor histórico, cultural, arquitetônico, estético e turístico para o município o Aeroclube, tombando-o para efeitos de direito. Assinam a proposta o presidente da Casa, Marquinhos Ferreira (PT), e os vereadores Alan Automóveis (PP), César Patrick (Republicanos), Gordo do Restaurante (PSDB), Taise Braz (PT), Dr. Luís Pereira (PSDB) e Mauricio Gouvea (PSDB).
Para a preservação do bem tombado, fica vedada a sua descaracterização, destruição, demolição e qualquer tipo de obra que venha a modificar a atual estrutura. A norma também proíbe obra ou atividade que venha a descaracterizar a funcionalidade do aeroporto.
Caso a lei seja sancionada, toda e qualquer intervenção no local que possa implicar na restauração, reparação, alteração ou pintura deverá ser autorizada pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico de Catanduva (Comdephact).
“O tombamento ao Aeroporto de Catanduva é providência inicial para a recuperação deste patrimônio e que está ao alcance desta Casa Legislativa e que certamente fará justiça com as pessoas que lutaram à época pela significativa conquista”, enfatizam os autores do projeto.
HISTÓRIA
De acordo com o professor Thiago Baccanelli, a fundação do Aeroclube de Catanduva ocorreu no dia 20 de janeiro de 1940, no salão do Banco do Brasil, que funcionava na Praça da República, hoje banco Itaú. Na reunião, foi aprovado o estatuto e eleito o Conselho Deliberativo. No dia seguinte, foi definida a primeira diretoria, tendo como presidente Antonio Halmalo Silva.
Inicialmente, o aeroclube funcionava numa área de declive do outro lado da rodovia Washington Luís, mas o espaço era pequeno para receber aviões de tamanhos maiores. Diante disso é que se deu a construção de um novo aeroporto. A festa de inauguração coincidiu com a abertura das novas linhas da Real na cidade, ligando Catanduva a São Paulo, em 28 de julho de 1951.
OUTRO LADO
A proposta de tombamento do Aeroclube de Catanduva promete gerar polêmica. Em entrevista ao podcast Café com Zákia, o presidente do Aeroclube, Luciano Pastor, classificou o projeto de lei como “sem pé e nem cabeça” e afirmou que, se aprovado, inviabilizará as operações. “Um prédio tombado você não pode fazer nada de adequação, nada de melhoria, nada de inovação.”
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