Os golpistas têm apostado em várias ferramentas para atrair novas vítimas. As falsas vagas de emprego enviadas por e-mail, SMS e até pelo aplicativo de mensagens WhatsApp tem sido uma das mais utilizadas pelos criminosos.
Eduarda Chaves, advogada especializada em direito digital e LGPD, explica como os golpistas têm acesso aos dados das vítimas. “Existem inúmeras formas de se conseguir os dados pessoais, a mais comum delas, e até dentro da lei, é através do preenchimento pelo titular em cadastros de sites e aplicativos. Nesta oportunidade de preencher o cadastro, o titular concorda com os termos de uso e da política de privacidade, se nesses instrumentos estiver informando a possibilidade de compartilhar esses dados com terceiros, eles estão dentro de um formato legal, dentro da Legislação Brasileira de se conseguir dados como e-mail e telefone, por exemplo.”
A especialista fala sobre como os bandidos conseguem enganar as vítimas. “Os bandidos conseguem êxito nesse tipo de golpe pelo fato da vítima se sentir falsamente segura, ou seja, quando você abre contas que são fakes de operadoras de telefone da qual você é assinante ou quando entra em site dublê daquele que habitualmente você faz compras. Nessas situações, se torna vítima aquele que com base no excesso de segurança não faz a dupla checagem.”
Ela conta como evitar cair no golpe. “Para evitar cair em golpes desse tipo, o ideal é ingressar no site através do endereço que já seja de conhecimento, que faça esse acesso diretamente, não através dos links enviados por e-mail ou SMS porque esses links podem direcionar a um endereço similar, mas que não seja o endereço real.”
Eduarda dá dicas para proteger as contas: “O ideal é ter dupla verificação e evitar acessar sites que você não tenha conhecimento ou antes de acessar sites desconhecidos verificar qual é a avaliação deles, dentro do Google, reclame aqui. Isso é mais uma forma de fazer uma dupla verificação e proteger as contas de e-mail. Para não cair nesse tipo de golpe, o ideal é, se você clica no link e percebe que se trata de uma armadilha, não preencha nenhuma informação e não baixe nenhum aplicativo no aparelho.”
A advogada cita, por fim, as punições para esse tipo de crime. “Pelo tratamento ilegal, as punições podem variar desde uma advertência até multa em dinheiro e elas são aplicadas pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados. Se formos falar de crimes, por exemplo, envio da mala direta, sites dublê, isso já se estende à esfera criminal. A Lei Geral de Proteção de Dados regula a forma como os dados podem ser tratados, mas se a gente for falar de consumidor essa previsão já está na legislação desde 1990 quando o Código de Defesa do Consumidor entrou em vigor.”
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