Mais de 500 pessoas já assinaram o abaixo-assinado feito por Jordão dos Santos Brito, morador de Novo Horizonte, que pleiteia a volta da linha de ônibus suburbano ligando o município a Catanduva, passando por Itajobi. A linha tradicional da Viação Luwasa, operada pela Expresso Itamarati, foi suprimida no início da pandemia, por falta de demanda, e assim permanece.
A intenção de Brito é encaminhar o documento para o Ministério Público do Estado de São Paulo e que o órgão possa, de alguma forma, pressionar a concessionária. A proposta é que sejam fixados ao menos dois horários, saindo de Novo Horizonte para Catanduva às 6 horas, com retorno no sentido oposto às 18h10, de forma a contemplar todos os usuários.
O texto apresentado junto ao abaixo-assinado diz que pessoas que trabalham em Catanduva, moradores que precisam fazer tratamento e exames nos Hospitais Padre Albino e Emílio Carlos ou mesmo pessoas que precisam resolver poblemas bancários e outras coisas mais estão tendo dificuldades por não terem condições de pagar os altos valores cobrados pelos taxistas.
“Antes de tomar a atitude do abaixo-assinado, conversei com a empresa de ônibus e eles sempre inventam uma desculpa. Falei inclusive na diretoria da Expresso Itamarati. Dizem que não tem passageiro suficiente, mas não é nada disso, porque a gente vê passageiros todo dia pedindo carona em Novo Horizonte e, quando era a Luwasa, havia muitos passageiros”, argumenta.
A sugestão do morador é que a empresa coloque um horário pela manhã e outro para retorno ao final do dia, em sistema de teste por 30 dias, com a publicidade devida. “Aí sim eles terão certeza se há demanda ou não”, afirma, lembrando que as pessoas deixaram de utilizar os ônibus, na pandemia, por medo da aglomeração, mas que suas vidas já voltaram à normalidade.
Jordão Brito também esteve no Ministério Público e foi orientado sobre a forma correta de montar o abaixo-assinado, que será, ao final, encaminhado à empresa responsável. Aposentado, mas com atuação política – até foi candidato a deputado estadual em 2014 – ele diz receber reclamações frequentes sobre o tema, sobretudo de professores que atuam nas duas cidades.
Vereadores das duas cidades criticam
Carlos Henrique Mendonça, o BGO, vereador de Novo Horizonte, defende a volta da linha entre Catanduva e Novo Horizonte desde 2021. “Levei o caso para a promotoria formalmente, tentei contato com a empresa diversas vezes, fizemos requerimentos ao prefeito e à Artesp, que informou que entraria em contato com a empresa para ver os motivos”, comenta.
Sem sucesso na empreitada, o parlamentar conta que o responsável pela garagem da empresa em São José do Rio Preto pede para que seja agendada reunião, que nunca acontece.
“Para nossa tristeza, a Artesp convocou algumas empresas para fazer diversas linhas de outras cidades da região, mas infelizmente esta de Novo Horizonte a Catanduva, não tivemos a felicidade.”
Ele também afirma que a procura pelo transporte público é grande e que alguns munícipes estão se deslocando até São José do Rio Preto para, só depois, seguirem para Catanduva. “Infelizmente já recorremos a todos os órgãos responsáveis e nenhum deles conseguiu resolver o problema”, lamenta.
Em Catanduva, o tema foi abordado pelo vereador Gleison Begalli, assim que a linha foi paralisada em 2021. Ele oficiou a Artesp. Mais recentemente, em dezembro passado, o vereador Carlos Alexandre, o Gordo do Restaurante, também encaminhou solicitação ao órgão, pedindo informações a respeito da possibilidade de disponibilizar, em caráter de urgência, uma linha de transporte intermunicipal, interligando os municípios. Até hoje, não houve resposta.
Prefeitos negam pedidos de linhas próprias
Dois vereadores, de Novo Horizonte e Catanduva, pediram aos prefeitos de suas cidades a intervenção junto aos órgãos competentes para que a linha de ônibus seja restabelecida. Padre Osvaldo, de Catanduva, teria informado que a competência para isso é do Governo do Estado. Já o prefeito Fabiano Belentani, disse que tomaria providências junto à Artesp.
Gordo do Restaurante e o vereador de Novo Horizonte, coincidentemente, sugeriram a criação de linhas próprias, mantidas pelas prefeituras, para transportar os cidadãos. Ambos não tiveram êxito. “As prefeituras não podem executar ou contratar terceiros para realizar serviços de transporte coletivo de passageiros entre municípios”, afirmou Belentani, indicando a gestão estadual.
Artesp diz que escolherá nova empresa
A Artesp - Agência de Transporte do Estado de São Paulo informou a O Regional que iniciou processo administrativo para escolha de uma nova empresa para operar a linha Novo Horizonte - Catanduva, com a publicação, no Diário Oficial de 21 de março, de chamamento público para interessados na prestação do serviço de transporte.
“A operação da linha foi suspensa por conta da drástica redução de passageiros durante a quarentena provocada pela Covid-19. Mesmo após a flexibilização, a demanda permaneceu muito baixa, o que levou a Viação Luwasa Ltda a solicitar a desistência da linha, por falta de condições de manter sua operação”, afirmou a agência.
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