A Retinopatia Diabética afeta cerca de 1 em cada 3 pessoas com diabetes no Brasil, ou seja, acomete entre 24% e 39% da população diabética. Contudo, apesar de ser uma doença que não tem cura, se o diagnóstico for precoce e o tratamento realizado com efetividade, o risco de cegueira pode ser reduzido para menos de 5%.
De acordo com o oftalmologista especialista em retina e vítreo, João Pedro Braga, a Retinopatia Diabética é uma complicação da diabetes que afeta a retina, sendo uma das principais causas de perda de visão em pessoas com diabetes.
“Pessoas com diabetes devem obrigatoriamente realizar um acompanhamento com um oftalmologista especialista em retina, pois a diabetes quando mal controlada pode desencadear a Retinopatia Diabética e pode levar à cegueira se não tratada. A diabetes danifica os pequenos vasos sanguíneos da retina, levando a vazamentos de fluido, inchaço ou formação de novos vasos anômalos que podem comprometer a visão. O diagnóstico precoce é essencial, por isso, exames oftalmológicos regulares são fundamentais para quem tem diabetes”, explica.
Um dos principais motivos da necessidade de acompanhamento regular com o oftalmologista é que, nos estágios iniciais, a Retinopatia Diabética pode ser assintomática, ou seja, não apresentar sintomas. À medida que a doença progride, os sintomas podem evoluir para visão embaçada ou distorcida, manchas escuras ou pontos flutuantes na visão (chamados de "moscas volantes"), e perda de visão gradual ou súbita.
“Além da diabetes descontrolada, pressão arterial elevada, colesterol alto e tabagismo são fatores de risco que podem contribuir para o aparecimento da doença”, ressalta o oftalmologista.
O tratamento pode evitar a progressão da doença e preservar a visão. “O diagnóstico é feito com exames de fundo de olho, OCT (Tomografia de Coerência Óptica) e Angiofluoresceinografia (exame com contraste) que detectam sangramentos, inchaço e circulação deficiente. O tratamento depende da gravidade da doença, mas é sempre importante o controle rigoroso da glicemia, além do uso de medicamentos, aplicações intravítreas e procedimentos a laser que são algumas das abordagens que ajudam a estabilizar a condição. Em casos mais avançados, a cirurgia de vitrectomia pode ser necessária”, complementa o especialista.
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