
O secretário de Saúde de Catanduva, Adriano César de Araújo, liderou a chamada Sala de Situação, na sexta-feira, 10, que reuniu autoridades da área da saúde do município, incluindo representantes dos hospitais da Fundação Padre Albino, do Hospital Unimed São Domingos, do Hospital Mahatma Gandhi e da UPA. O encontro teve como pauta o enfrentamento à dengue, que tem crescido na região.
Foi demonstrado que o número de atendimentos de pessoas com suspeita da doença cresceu desde dezembro. Conforme boletim divulgado na mesma data, Catanduva teve 204 casos positivos no mês passado, mas há 450 exames com resultados pendentes. Os dados superam e muito os divulgados na sexta por O Regional, com base na Secretaria de Estado da Saúde.
Apesar da alta dos indicadores, a Prefeitura de Catanduva não decretou situação de emergência em saúde pública, como outras cidades fizeram, entre elas São José do Rio Preto. Segundo Araújo, a decisão se baseia em trabalho iniciado no ano passado, com base no Plano de Contingência já estabelecido – o que descarta, por enquanto, a necessidade do decreto.
O secretário afirmou que as compras de medicamentos, de soro, já foram feitas, e que o estoque está suficientemente abastecido para atender a demanda, já que as autoridades de saúde do Brasil inteiro já alertavam que os casos de dengue aumentariam neste primeiro semestre.
“Nosso estado é uma região endêmica de dengue e sabíamos, já vem sido alertado, que esse ano vai ter um grande número de casos, então com isso nós fizemos um plano de contingência desde o ano passado, ele vale por dois anos, e o que esse plano de contingência nos traz? Ele diminui a burocracia na aquisição de equipamentos, contratação de pessoal, montagem de serviço, que é o que um decreto emergencial faz”, explicou.
“Nós planejamos e isso é muito bom porque, como tem continuidade de serviço, continuidade inclusive da gestão, isso nos facilita, então desde novembro do ano passado nós fizemos um aumento das compras para manter um estoque maior. Começa a ter uma demanda maior, os demais municípios também compram, e muitas vezes o fornecedor fica sem o produto.”
Adriano de Araújo afirmou que será implantado um posto de atendimento para pacientes com sintomas de dengue, se for necessário. “Já estamos com um local, se for necessário, e acredito que será necessário, no momento ainda não, de montar um novo local para atendimentos, como fizemos o ano passado. Então já está tudo certo, precisou, já vamos montá-lo.”
Ele explicou que o sistema municipal de saúde, que é composto por 25 unidades, mais a UPA, não está sobrecarregado devido ao aumento dos sintomáticos. “Aumentou (a demanda), mas está dentro do esperado”, pontuou. “A partir do momento que nós entendermos ser necessário, aumentaremos um novo serviço também. E vai ser necessário, não vai ter jeito.”
MAPEAMENTO
A Secretaria de Saúde informou estar mapeando os casos, mas agindo a partir da suspeita, e não com base no resultado. Com base na evolução dos casos, serão aumentados equipes e horários nos postos. “Nós não podemos esperar falar, eu tenho ou não tenho. A partir do momento que é suspeita, a gente começa a trabalhar como se a pessoa estivesse com dengue”, frisou Araújo.
21 cidades paulistas decretam emergência
Um total de 21 cidades do estado de São Paulo decretou situação de emergência por causa do aumento do número de casos de dengue. Nas duas primeiras semanas epidemiológicas deste ano, o estado já somou 18.100 casos prováveis da doença, com 4.340 confirmados e o restante está sob investigação. Há também 30 óbitos que estão em análise para a doença.
Até o momento, os municípios paulistas que decretaram emergência para dengue foram Dirce Reis, Espirito Santo do Pinhal, Estrela D'Oeste, Glicério, Guarani D'Oeste, Igaratá, Indiaporã, Jacareí, Marinópolis, Mira Estrela, Ouroeste, Paraibuna, Populina, Potirendaba, Ribeira, Rubineia, São Francisco, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Tambaú e Tanabi.
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