Publicitário de Paraíso lança livro com criaturas folclóricas no Brasil de 2097
Pedro Maciel Chester lançou primeira obra ficcional aos 14 anos; promessa é de reviravoltas e surpresas aos leitores
Foto: Divulgação - Pedro Maciel Chester aposta na escrita como homenagem à mãe
Por Guilherme Gandini | 15 de julho, 2024

O publicitário paulistano Pedro Maciel Chester, morador de Paraíso, está lançando o seu quinto livro: “Anarkhos - O Último Riso”, história cyberfolk que mostra um Brasil irreconhecível no ano de 2097, com cidades reduzidas a escombros depois da criação de um zoológico de criaturas híbridas, baseadas em contos folclóricos. A produção é pela Editora Pendragon, que tem como foco os livros de ficção.

Chester já morou em diversas cidades do país, sempre em busca do novo e para não criar raízes. Declara paixão pelos anos 1980, por Tim Burton e plot twists – reviravoltas inesperadas no enredo de uma obra narrativa. “Por isso sempre tento surpreender o leitor com os finais dos meus livros” diz. 

O talento para a escrita ele herdou de sua mãe, que sempre quis ter um livro publicado. “Ela amava escrever cartas e amava filmes de fantasia, mas infelizmente nunca teve a oportunidade de fato de publicar alguma coisa. Ela faleceu de câncer e, eu, como uma criança criativa, acabei pegando esse sonho e resolvi apostar na escrita por nós dois”, conta o escritor.

Com 14 anos de idade, Chester escreveu o seu primeiro livro, mas só conseguiu publicá-lo em 2016. De lá pra cá, não parou mais. “Escrever, para mim, é como respirar. Creio que só pararei de escrever quando morrer, porém, enquanto vivo, espero honrar o sonho da minha mãe.” 

O primeiro título foi “Insanity - Memória” (2016), que ele diz carregar escrita ainda imatura. Depois veio “Transtorn” (2022), livro sobre heróis quebrados que não aceitam ser comandados pelos humanos. Um ano depois, concorreu ao prêmio Kindle 2023 com o conto ‘’Nós Estivemos Aqui’’.

O quarto livro foi ‘’A Pele Que Vestimos’’, seguida por outro lançamento para o concurso Kindle 2024, ‘’Sal’’, chegando agora à sua quinta obra. “Depois de um mês escrevendo e um problema na costela fui agraciado com um contrato para fazer parte do ninho de dragões da Pendragon, e bom, como eu amo a editora, eu realmente fiquei feliz demais e vejo um potencial gigantesco nessa história.” 

A história ambientada no Brasil de 2097 mostra um mundo distópico em que Victor, um homem atormentado pela culpa e por uma dupla personalidade e psicose, embarca em uma jornada com seu peculiar cachorro, Sirius, e um psicótico palhaço punk, visível apenas para ele. Juntos, o grupo desvendará os segredos por trás do colapso nacional, lutando por um futuro melhor. O problema é que nessa realidade distorcida, nada é o que parece, nem mesmo Victor.

“Com exceção do primeiro livro, todos os outros terminam com plots que farão a sua cabeça explodir, como já tem feito com outros leitores que me mandam mensagens quase todo dia com suas impressões”, provoca Chester. 

A categoria cyberfolk, em que o livro se enquadra, não carrega uma definição única. O termo aparece no livro de Thomas Foster, “The Souls of Cyberfolk”, em que o autor explora a transformação do cyberpunk de um gênero literário para um fenômeno cultural mais amplo. Ele discute como o cyberpunk aborda temas como gênero, sexualidade, raça e tecnologia, propondo que "cyberfolk" se refere às pessoas que se envolvem com esses temas no ciberespaço, muitas vezes dentro de uma estrutura pós-humana.

“Para mim, ‘cyberfolk’ é uma mistura desse contexto com o folclore trabalhado de um modo futurista. Sempre vi o folclore como algo legal de se explorar, e como várias pessoas contam histórias do Saci, da Cuca e outras lendas de seu jeito, creio que esse gênero também possa ser relevante no ramo literário. Nunca gostei de escrever mais do mesmo, então quis propor uma ideia maluca que juntasse Cyberpunk + Folclore, e daí veio o Cyberfolk. Além disso, a teoria do ciberespaço e dos indivíduos que se relacionam de Thomas Foster também faz parte dessa mistura”, confidencia Chester.

ONDE COMPRAR

“Anarkhos: O Último Riso” pode ser encontrado na Pendragon (https://www.lojapendragon.com.br/), com brindes de lançamento. Já os demais livros estão disponíveis em versão digital na Amazon (https://www.amazon.com.br/).  

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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