
Imagine acordar e perceber que sua audição sumiu, sem aviso prévio. A surdez súbita, condição pouco falada, mas altamente impactante, pode ocorrer de forma inesperada, afetando uma ou ambas as orelhas. Esse problema, conhecido como surdez súbita neurossensorial, pode ter causas variadas e, se não tratado, pode resultar em sequelas permanentes. Embora, em muitos casos, a recuperação aconteça espontaneamente, é crucial procurar ajuda especializada.
Otorrinolaringologista do Hospital Paulista, José Ricardo Gurgel Testa chama a atenção para a necessidade de buscar atendimento médico, o quanto antes, quando o paciente apresenta surdez súbita. O objetivo é realizar o audiograma, teste auditivo feito por um fonoaudiólogo. “O diagnóstico acontece quando há uma perda em mais de três frequências em uma intensidade de 30 decibéis ou por um período de até 72 horas”, explica o especialista.
De acordo com o Testa, a surdez súbita tem causa desconhecida, mas pode estar atrelada a processos infecciosos, virais, inflamatórios autoimunes, tumorais e vasculares. “Infecções no ouvido, doenças como caxumba, sarampo ou catapora; doenças autoimunes, como HIV ou lúpus e até uso de remédios anti-inflamatórios ou antibióticos podem causar a perda de audição.”
Outra condição é ainda mais comum com relação a mudanças na audição, como alerta a fonoaudióloga Sabrina Figueiredo: a diminuição auditiva, que tem a exposição a ruídos altos e a idade como principais causadores. Segundo a especialista, o problema pode ser percebido quando a pessoa encontra dificuldade em compreender conversas em locais barulhentos ou com muitas pessoas falando ao mesmo tempo. Além disso, é perceptível a necessidade de aumentar muito o volume da TV ou quando o paciente pede para repetirem o que é dito frequentemente.
Qualquer perda auditiva traz impacto na comunicação e qualidade de vida, e, normalmente, o prejuízo é proporcional ao grau da perda auditiva. A falta de informações auditivas impõe a condição de privação sensorial no sistema nervoso central, provocando reorganização cortical auditiva inadequada pela falta de sons. “Além desse impacto, a falta de audição faz com que o sujeito tenha dificuldade de socialização, restrição de participação nas atividades do dia a dia e impactos emocionais, e consequentemente piora na qualidade de vida”, explica Sabrina.
PREVENÇÃO
Os especialistas alertam que a maior parte das perdas auditivas podem ser prevenidas no dia a dia, evitando hábitos como o uso excessivo de fones de ouvido com volume alto, a utilização de hastes flexíveis ou outros objetos que podem provocar lesões e infecções.
Traumas acústicos como shows musicais, explosões, exposições prolongadas a ruídos sem a proteção auricular e o uso de medicamentos tóxicos para os ouvidos também podem causar a perda auditiva em vários níveis, do mais leve ao mais profundo.
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