Pedra nos rins, um incômodo evitável? Médico orienta estratégias
Ingestão regular de líquidos, em especial os ricos em citrato ajuda a blindar órgão de cálculos, indica urologista
Foto: Reprodução/Freepik - Cólica renal normalmente começa na região lombar e pode irradiar para área abdominal
Por Da Reportagem Local | 26 de setembro, 2024

Condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, o cálculo renal, popularmente chamado de pedra nos rins, causa dor intensa e, em alguns casos, complicações sérias. O que poucos sabem é que essa condição pode ser evitada com simples hábitos no dia a dia, como o aumento da ingestão de líquidos.

Além da velha regra de consumir 2 litros de água por dia para blindar o órgão deste percalço, o urologista do Hospital Israelita Albert Einstein e especialista em cirurgia robótica, José Roberto Colombo Júnior, ensina outras estratégias.

“A principal maneira de evitar o cálculo renal é manter-se bem hidratado”, fecha questão Colombo Júnior, ressaltando que a hidratação não deve se limitar apenas à água. Isso porque bebidas ricas em citrato, como os sucos cítricos, têm um efeito preventivo ainda mais potente.

“O citrato é uma substância que ajuda a evitar a formação de cristais, impedindo que o cálcio se combine com outros compostos na urina para formar cálculos. O suco de limão, por exemplo, é uma excelente opção por ser naturalmente rico em citrato”, ressalta o urologista.

Ele explica que a formação de cálculos está diretamente ligada à concentração de substâncias como cálcio, oxalato e ácido úrico na urina. E quando há pouca ingestão de líquidos, o xixi se torna mais concentrado, facilitando a cristalização dessas substâncias, o que pode levar à formação das pedras nos rins.

FATORES DE RISCO

Além da hidratação, a dieta também desempenha papel crucial na prevenção do cálculo renal. O consumo excessivo de sal, proteínas animais e alimentos ricos em oxalato (como espinafre, nozes e chocolate) pode aumentar o risco de formação de pedras.

“Manter uma dieta balanceada e saudável, com menos sódio e proteínas de origem animal, e focar em alimentos que auxiliam na prevenção são medidas fundamentais para evitar o cálculo renal”, observa o urologista.

Estimativa do Ministério da Saúde aponta que aproximadamente 12% dos homens e 6% das mulheres terão a doença ao longo da vida. E, entre os fatores que colaboram para essa discrepância, está justamente a alimentação.

SINTOMAS

O principal sintoma do cálculo urinário é a dor aguda e de forte intensidade, conhecida como cólica renal, que normalmente inicia-se na região lombar e pode irradiar para a região abdominal. “É comum apresentar náuseas e vômitos associados à dor. A presença de ardor ao urinar e a urina com sangue também podem fazer parte do quadro clínico. A presença de febre (temperatura maior do que 37,8ºC) pode indicar uma infecção urinária associada, aumentando a gravidade do quadro. A dor ocorre quando o cálculo migra do rim em direção à bexiga, atravessando um canal conhecido como ureter, causando a obstrução ao fluxo urinário”, explica.

CIRURGIA

O urologista explica que, normalmente, a cirurgia é indicada em casos com infecção associada, dor refratária ao tratamento medicamentoso e dilatação do rim. “A cirurgia deve ser personalizada para cada paciente, mas o tratamento mais comum é a fragmentação do cálculo utilizando o laser, seguida da remoção dos maiores fragmentos e a colocação de um cateter chamado de duplo.”

De acordo com Colombo, esse procedimento é minimamente invasivo, sem a necessidade de cortes, e os pacientes permanecem menos de 24 horas no hospital. “Nos casos em que os cálculos estão localizados no rim, o urologista introduz um aparelho muito fino e flexível até o rim acometido e consegue fragmentar o cálculo utilizando também o laser.”

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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