Pacientes com leucemia atendidos pela Funfarme aumentam 48% em cinco anos
Durante o ano de 2018 foram atendidas 275 pessoas com a doença na instituição rio-pretense; em 2022, esse número saltou para 409
Foto: Divulgação - Doação de plaquetas é feita de forma não invasiva por uma máquina similar à de hemodiálise
Por Da Reportagem Local | 09 de fevereiro, 2023

A Fundação Faculdade Regional de Medicina de Rio Preto (Funfarme) é destaque no tratamento de crianças e adultos diagnosticados com leucemia. Nos últimos cinco anos houve aumento de 48% no número de pacientes com a doença atendidos na instituição, que contempla o Hospital de Base (HB), Hospital da Criança e da Maternidade (HCM), Ambulatório de Especialidades e Hemocentro.

Durante o ano de 2018 foram atendidos 275 pacientes com Leucemia na Funfarme. Em 2022 esse número saltou para 409. Além da melhoria da capacidade de atendimento, o complexo hospitalar melhorou as tecnologias utilizadas no tratamento e as técnicas realizadas pelos profissionais.

O diretor executivo da Funfarme, Jorge Fares, destaca que nos últimos anos a instituição buscou investir na ampliação dos setores oncológicos. “Todo processo de expansão do Hospital de Base foi sempre pensando no bem-estar do paciente e também na ampliação da nossa capacidade de atendimento”.

Segundo Ana Laura Jorge Silva, médica onco-hematologista do HB Onco, uma das melhorias realizadas foi o aumento no número de leitos. “O paciente com leucemia precisa ter um cuidado maior e geralmente há necessidade de ele ficar sozinho no leito, para não correr risco de infecção”.

A leucemia pode ser uma doença silenciosa, principalmente entre adultos. Somente em 2022 o centro oncológico do Hospital de Base, o HB Onco, em conjunto com o setor de Hematologia, realizou 1778 atendimentos de pacientes com leucemia da região de Rio Preto.

A DOENÇA

Para conscientizar a população sobre a doença, Ana Laura Jorge Silva separou algumas informações sobre diagnóstico e tratamento das leucemias em pacientes adultos.

Segundo a especialista, a leucemia surge na medula óssea, parte do corpo responsável pela produção das células sanguíneas. Quando a pessoa desenvolve a doença, o corpo passa a produzir células brancas defeituosas, o que leva à diminuição da produção das saudáveis, tanto células vermelhas, quanto células brancas e plaquetas.

Os primeiros sintomas são sutis e devem ser observados com atenção. Pessoas com a doença sentem cansaço constante devido à anemia, podem ter sangramentos espontâneos e hematomas, além de ficar com a imunidade baixa, sendo comum apresentar febre e/ou infecções repetidas. Por isso, é necessário ficar atento aos sintomas e fazer exames de sangue regulares, de rotina.

A médica diz que não existem muitos fatores que previnem as pessoas de desenvolver a doença. “É indicado manter hábitos saudáveis, de alimentação e exercícios físicos, mas não existem formas de prevenir totalmente a doença, pois ela tem origem genética”, afirma.

Existem dois tipos principais de leucemia: crônica e aguda. A primeira é mais sutil e costuma aparecer em pessoas com idade mais avançada. O tratamento é menos agressivo, podendo ser realizado com a ingestão de remédios orais, sem a necessidade de quimioterapia na maioria dos casos.

A leucemia aguda, entretanto, é mais agressiva e pode aparecer em pessoas de diferentes faixas etárias. O tratamento envolve a realização de quimioterapia e varia de acordo com a idade do paciente. Em muitos casos, há necessidade de transplante de medula óssea.

A médica onco-hematologista explica que atualmente o procedimento de transplante de medula é menos invasivo para o doador e, na maioria das vezes, pode ser realizado de forma similar a uma doação de sangue. “A extração da medula é feita após a administração de medicações no doador, as quais fazem com que as células necessárias para o transplante saiam da medula óssea e cheguem até o sangue periférico (das veias), facilitando a coleta”.

Há quem ainda tenha medo de se tornar um doador, mas com as novas tecnologias, a doutora ressalta que não há pelo que temer. “Após a aplicação da medicação, a coleta das células é feita por uma máquina similar à de hemodiálise, chamada aférese. Com isso, o processo ficou mais simples e menos invasivo. São poucos os casos que se faz necessário realizar a coleta diretamente da medula óssea, parte do osso conhecida como tutano”.

O Hemonúcleo de Catanduva recebe cadastros de doadores de medula e, para tornar-se um deles, basta ir até o local das 7h às 13h, de quarta-feira a domingo. São feitos exames simples de sangue e a coleta de informações básicas para o registro nacional de medula óssea. Apenas pessoas de 18 até 35 anos, com boa saúde, podem ser doadoras.

Cuidados com a leucemia infantil

A leucemia infantil é o câncer mais comum entre crianças e adolescentes e representa quase um terço dos diagnósticos entre os menores de idade. Somente nos últimos cinco anos foram atendidas no HCM de Rio Preto 124 crianças, de 0 a 17 anos, diagnosticadas com a doença.

Segundo Francine Megid, médica oncologista e pediátrica do HCM, a leucemia é extremamente agressiva quando se apresenta na infância e está associado a sintomas comuns de outras doenças, como febre, palidez, manchas pela pele, além do aumento no tamanho de órgãos abdominais e surgimento de ínguas.

“A leucemia não possui nenhum sintoma próprio e pode ser confundida pelos pais com outros distúrbios. A diferença é que, em outras doenças, esses sinais somem dentro de uma ou duas semanas, enquanto na Leucemia, eles permanecem”, afirma a doutora.

Por serem muito visíveis, é comum que crianças cheguem ao HCM de Rio Preto com apenas duas semanas após o início dos sintomas. Mas, a médica ressalta que os pais devem ficar atentos e levar os filhos ao médico o quanto antes, já que os quadros mais graves da doença costumam aparecer em pacientes mais novos.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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