A busca pela vida saudável costuma estar entre os desejos dos brasileiros. Com o custo cada vez mais alto da alimentação básica, no entanto, fica mais difícil seguir um cardápio balanceado. Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e Agricultura mostra que o custo de uma alimentação saudável na América Latina e No caribe é o mais caro do mundo.
Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas Estudo Socioeconômicos (Dieese) mostra que no ano passado alguns alimentos que compõem a maioria das dietas tiveram alta bem acima da inflação. Alguns exemplos são a cebola, o maxixe, a batata doce branca, abóbora, leite, feijão, ovo, pepino, tomate, carne e alface.
O prognóstico mostra que carnes, frutas e verduras devem se tornar mais caras do que salsichas, doces e outras guloseimas a partir de 2026. A constatação é de um estudo conduzido por pesquisadores da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que mediu e comparou a variação dos preços de 102 tipos de alimentos mais consumidos no país no período entre 1995 e 2017.
A nutricionista Larissa Garcia afirma que é possível se alimentar bem, mesmo com os preços nas alturas. Para ela, quando o assunto é proteína, como carne e ovos, a dica é consumir os cortes mais baratos. “Carne vermelha é a carne mais cara, então diminui o consumo para uma vez da semana ou a cada 15 dias, e dê preferência para carnes mais baratas, proteínas mais baratas, por exemplo. Eu percebi que a carne de porco e frango estão mais baratas no mercado”, sugere.
Outra orientação da profissional é sobre as frutas, legumes e verduras. Larissa diz que é importante dar preferência aos produtos da estação. “Com relação hortifrúti, é preciso procurar sempre o que é da época. Antes de ir ao mercado, dê uma olhada na internet, todo mundo tem acesso hoje em dia, é fácil. Então procure no Google alimentos da época do mês, com relação quais são as frutas que a gente vai encontrar com mais facilidade, porque geralmente a produção vai ser maior e, consequentemente, o preço estará melhor do que as frutas que não são da época. Por exemplo, agora não é época de manga, que não é uma fruta que dá agora no inverno”.
Experimentar novos produtos também pode ajudar, visto que existem marcas menos famosas e com preços mais em conta que podem surpreender positivamente.
Por fim, a nutricionista recomenda não ir ao mercado com fome. O motivo é para que não se caia nas chamadas “tentações”. “Sempre ir com lista no mercado para não correr risco. É preciso se programar para fazer essa compra, fazer uma lista do que vai levar, porque você já chega focado. E também não ir de estômago vazio. Não vai com fome porque já é comprovado por vários estudos que quem vai com fome no mercado compra coisa que não precisa, gasta-se mais”, aponta Larissa.
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