O HB Cor, Centro Avançado de Cardiologia do Hospital de Base, registrou aumento de 16% no número de exames de cateterismos, no período de janeiro a agosto deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. “Passamos de 1.561 exames, nos oito primeiros meses do ano passado, para 1.809 exames realizados no mesmo período deste ano”, detalha o cardiologista Elzo Mattar, vice-diretor clínico do HB.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo: cerca de 17,7 milhões de pessoas todos os anos. Somente no Brasil, são contabilizados mais 300 mil óbitos anualmente.
Segundo o especialista do HB Cor, a doença aterosclerótica é a principal responsável pelos problemas cardíacos. “A doença aterosclerótica compromete as artérias, causando obstrução ou o bloqueio do fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como o coração e o cérebro”, explica.
Em casos de suspeita de doença nas artérias do coração, cateterismo (para detectar) e angioplastia (para tratar) podem ser necessários para desobstruir e reestabelecer a circulação do músculo cardíaco. “A população está mais consciente, tanto que observamos aumento de 16% no número de cateterismo. Já os números de angioplastia passaram de 735, de janeiro a agosto de 2022, para 781 no mesmo período de 2023, um aumento de 6%”, destaca.
De acordo com o médico, as artérias são estruturas tubulares e ramificadas que transportam sangue oxigenado, vindo dos pulmões e impulsionado pelo coração para todos os tecidos do corpo. “Como o oxigênio é fundamental, estreitamentos (obstruções) importantes em uma artéria diminuem a quantidade de sangue que chega até as células, comprometendo a função destas.”
O especialista alerta que a causa da placa de gordura é multifatorial. Portanto, além do fator genético, a obstrução é consequência do estilo de vida do paciente, como dieta rica em gordura saturada e sódio, obesidade, sedentarismo, tabagismo, estresse e doenças crônicas, como hipertensão, colesterol alto e diabetes.
Além de manter hábitos saudáveis, para garantir a qualidade do coração é indicado que os check-ups comecem a partir dos 20 anos de idade, com frequência de cada três a cinco anos. “A partir dos 40 anos, o check-up começa a ser anual. É nesta idade que começam a aparecer os problemas cardiovasculares, especialmente em homens. Nas mulheres, geralmente, os problemas começam após a menopausa”, observa.
Outra dica do especialista é que uma vez por ano a pessoa faça aferição da pressão arterial. “Já quem tem familiares com hipertensão deve fazer a checagem a cada seis meses”, orienta. “O alerta para procurar um médico é pressão igual ou maior que 14/9.”
Diversos exames de coração são capazes de avaliar a função cardíaca dos pacientes em consultas médicas. Eles servem tanto para a prevenção quanto para o acompanhamento de disfunções. Exames laboratoriais como os de colesterol, bem como triglicérides e glicemia são recomendáveis. Do mesmo modo, os exames não-invasivos são de fundamental importância. Entre eles podemos citar o ecocardiograma, teste ergométrico, eletrocardiograma, assim como o raio-x de tórax, cintilografia e o holter 24 horas.
O especialista também afirma que, após os 40 anos, o estresse se torna fator de risco. “O estresse está muito relacionado a gerar outros fatores, porque leva à hipertensão arterial, a sobrepeso e obesidade, já que a ansiedade pode aumentar o apetite e a pessoa ganha peso. A rotina estressante acaba deixando a pessoa sedentária”, afirma.
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