
No último sábado, 250 profissionais de 24 hospitais da região noroeste paulista reuniram-se para discutir protocolos e ações para melhorar a captação de órgãos e tecidos com o consequente aumento de transplantes. Os resultados obtidos pelas 24 instituições já figuram entre os melhores do Brasil, mas os profissionais querem mais.
Das famílias consultadas sobre a doação de órgãos de seus entes falecidos pelos profissionais dos 24 hospitais, 65% delas dizem “sim”, enquanto no Estado de São Paulo este índice é de 60% e do Brasil, de 55%.
A aceitação crescente contribui para o Hospital de Base de São José do Rio Preto conseguir, por exemplo, o expressivo volume de 2.050 transplantes de rins em 33 anos de funcionamento, sendo um dos 20 serviços, entre 166 do país, que realizaram mais de 2.000 procedimentos. Somente no ano passado, foram 103 transplantes do tipo no HB.
De acordo com a OPO - Organização de Procura de Órgãos de Rio Preto, foram realizados 166 transplantes na região, no ano passado, sendo 7 de coração, 115 de rins, 42 de fígado e 2 de pulmão. Nos hospitais Padre Albino e Emílio Carlos, de Catanduva, ambos mantidos pela Fundação Padre Albino, foram 11 captações efetivas de órgãos em 2024.
Por entender que podem mais, os 250 profissionais participaram do 11º Encontro Regional das Unidades de Diálise com o Centro de Transplante Renal de Rio Preto e 11º Encontro das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante.
O evento contou com a presença de Patrícia Gonçalves Freire dos Santos, coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes, e do médico nefrologista Valter Duro Garcia, chefe do Serviço de Transplante Renal da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Patrícia apresentou o cenário da doação e transplantes no Brasil e os desafios para transplantar mais órgãos e tecidos e de forma mais distribuída e equânime no território nacional. Já Valter Garcia abordou a doação e o transplante em idosos, com resultados no Brasil e seus desafios.
Após as palestras, os participantes compartilharam processos e experiências de sucesso em suas instituições visando aprimorar o atendimento à população e abordaram avanços na área da biotecnologia que beneficiam os pacientes.
O time da Organização de Procura de Órgãos do HB proferiu palestras nas quais abordarão temas sensíveis e fundamentais, como os motivos mais comuns de recusa familiar para a doação de órgãos. Como convidados, participou também a equipe do Hospital Campo Limpo, de São Paulo, que obtém resultados tão positivos quanto os do HB e os hospitais parceiros da região noroeste.
TECNOLOGIA
A tecnologia já é parceira do Hospital de Base e demais instituições na busca pela maior eficiência e agilidade no processo de captação e transplante de órgãos.
Uma plataforma digital de telemedicina conecta as 24 unidades de diálise regionais ao Hospital de Base, o que permitiu que 700 atendimentos de pré-triagem clínica tenham sido feitos em 2024, possibilitando a avaliação remota dos pacientes candidatos ao transplante.
“Esta tecnologia beneficia muito os pacientes que aguardam por transplante, evitando, por exemplo, que tenham que se deslocar até o HB, às vezes, por mais de 200 quilômetros. Isso otimiza o tempo de inserção na fila da Central de Transplantes do Estado”, afirmou a médica nefrologista Ida Maria Maximina Fernandes Charpiot, do hospital rio-pretense.
O trabalho eficiente das dezenas de profissionais dos hospitais somado às tecnologias e aos processos bem definidos resultam nesta estrutura que salva centenas de vidas anualmente.
Foto: Divulgação
Legenda: Patrícia Freire dos Santos, coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes, profere palestra
Autor
