Ginecologista explica sintomas, diagnóstico e causas da endometriose
Foto: Arquivo Pessoal - Médica Leticia Lenharo auxilia na campanha contra a endometriose
Leticia Lenharo fala sobre doença que afeta diversas mulheres, evidenciando pontos essenciais para o cuidado da saúde feminina
Por Da Reportagem Local | 14 de março, 2025

O chamado Março Amarelo é usado para alertar e conscientizar as mulheres sobre a endometriose. A campanha destaca a importância dos exames e consultas ginecológicas frequentes para diagnóstico da doença, que representa a principal causa de infertilidade feminina.

A médica ginecologista Leticia Ferracini Lenharo Hayashi, especialista em cirurgia minimamente invasiva e cooperada da Unimed Catanduva, diz que a endometriose é reconhecida logo na adolescência, sendo possível identificar os primeiros sintomas.

“A cólica menstrual intensa geralmente é o primeiro sintoma do início da doença, que pode ter início lá na adolescência. Ao longo do tempo, a dor pode evoluir para além do período menstrual, conhecida como dor pélvica crônica. Dores na relação sexual também são muito frequentes, bem como dor ao evacuar e ao urinar. É importante salientar que muitas mulheres, até 20%, podem ser assintomáticas, por isso a avaliação por um especialista é fundamental”, explica.

O diagnóstico é feito depois de exames íntimos. “Exames físicos como toque vaginal e retal, podem dar sinais de endometriose profunda, através da detecção de massas, nódulos e diminuição da mobilidade dos órgãos pélvicos.” Também há exames de imagens para complementar a investigação. “Os de imagens são mais elaborados, como ressonância magnética da pelve e ultrassonografia transvaginal para mapeamento da endometriose”.

A médica faz um alerta para os achados negativos: “Eles não necessariamente excluem a possibilidade de doença, particularmente a doença superficial.”

Os tratamentos disponíveis são variados, começando pelos farmacológicos para controle da dor, porém sem inibir a evolução da doença. Outra opção são as terapias não hormonais. “Elas são como medicamentos neuromoduladores, prescritos como resgate de pacientes com persistência da dor naqueles casos de doenças mais avançadas.”

Já o tratamento mais invasivo, o cirúrgico, é realizado nos casos mais sérios. “A cirurgia retira todos os focos de endometriose, incluindo ou não a retirada do útero, situações como refratários ao tratamento medicamentoso, na infertilidade e nas endometrioses mais profundas, que possam estar acometendo outros órgãos de forma importante. A indicação e a escolha do tratamento devem ser individualizadas, considerando condições como idade, desejo reprodutivo e severidade”, orienta.

O ponto principal da doença é a infertilidade que a endometriose causa nas mulheres. ‘’A endometriose é a principal causa de infertilidade nas mulheres, o risco de desenvolver é de até 40%, a depender do estágio da doença”, acrescenta Leticia Lenharo.

RECOMENDAÇÕES

Para gerenciar a dor e os sintomas da endometriose, a médica passa algumas dicas: “Recordatórios de dor podem ajudar a paciente a detectar determinadas situações que precipitem o quadro de dor, por exemplo, determinados alimentos, atividades físicas e estresse. Isso é importante para que a paciente evite esses gatilhos.”

Para o estilo de vida, também há recomendações. “Pacientes com endometriose devem realizar práticas de autocuidado complementares ao tratamento médico. Essas práticas podem incluir mudança dietética, exercício físico, yoga, meditação, fitoterápicos, medicina chinesa, acupuntura, entre outros. O uso desses meios permite às portadoras de endometriose maior autocontrole dos seus sintomas álgicos”, instrui.

Por fim, Letícia Lenharo aconselha as mulheres: “Dores intensas refratárias aos analgésicos e bloqueio hormonal devem ser comunicadas ao seu médico para que ele possa rever o tratamento e diagnóstico, pois muitas vezes a endometriose se apresenta associada a outras causas de dor pélvica crônica tornando o tratamento ainda mais desafiador”.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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