Famerp e HB promovem campanha sobre câncer de cabeça e pescoço
Sinais e sintomas podem passar desapercebidos, o que aumenta a importância das ações de conscientização
Foto: Divulgação - Abordagem com pacientes foi realizada no Ambulatório Geral e de Especialidades do HB
Por Da Reportagem Local | 17 de julho, 2024

Neste mês é celebrado o Julho Verde, campanha nacional dedicada à prevenção do câncer de cabeça e pescoço. Para contribuir com a causa, a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e o Hospital de Base (HB) promoveram manhã de conscientização para a população, na terça-feira, 16. As ações ocorreram no Ambulatório Geral e de Especialidades do HB para os pacientes atendidos pelo Complexo Funfarme e no Shopping do HB, para a população em geral.

A geneticista, professora e pesquisadora da Famerp, Eny Maria Goloni Bertollo, explica que os profissionais de pesquisa e ensino da instituição se empenharam em organizar a ação para discutir sobre sintomas, fatores de riscos da doença e ressaltar como os pacientes também podem ser porta-vozes para a comunidade, a partir do compartilhamento da experiência deles. 

“O câncer de cabeça e pescoço não é muito falado pelas pessoas, em geral. Os sinais e sintomas, às vezes, são discretos e passam desapercebidos. Por isso, a importância da campanha. No Julho Verde, então, é um mês inteirinho dedicado para o país e municípios fazerem esse papel de divulgação desse trabalho”, diz.

O autônomo Walter Eduardo Eleutério Pinto, de 58 anos, é um dos pacientes que participaram da ação de terça. Ele, que recebeu o diagnóstico de câncer de laringe há 2 anos, conta que percebeu alteração na voz e falta de ar, mas que demorou para buscar ajuda profissional. Quando buscou atendimento em Ubarana, onde reside, foi encaminhado para o Hospital de Base e, devido à urgência do caso, precisou realizar a primeira cirurgia no mesmo dia.

“Tinham dias em que eu levantava de manhã e não conseguia falar, a voz ia melhorando durante o dia, mas era um sacrifício falar de manhã com a minha esposa. Mesmo percebendo esses sinais, eu demorei para buscar um médico. Se eu tivesse procurado logo no começo, meu tratamento teria sido mais fácil. Mas hoje sigo meu tratamento, não perco uma consulta. Posso dizer que estou bem, levo minha vida e converso com as pessoas normalmente”, conta.

Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação genérica do câncer que se localiza em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide, seios paranasais, fossas nasais e glândulas salivares. Anualmente, cerca de 700 mil novos casos são diagnosticados no mundo. Um dos principais problemas para o tratamento é o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, com impacto negativo na sobrevida do paciente.

A geneticista explica que o diagnóstico precoce é o mais importante nesse processo de tratamento. “A saúde é cada vez mais preventiva e não curativa, então quando a gente tem um sinal de alerta e busca orientação profissional, as condições de restabelecer a saúde do paciente mais facilmente são maiores. Quando notados sinais como manchas ou dores na região de cabeça, pescoço e cavidade oral que não desaparecem em três semanas, alteração da voz por um tempo significativo e dificuldade respiratório, é indicado procurar o posto de saúde mais próximo”, frisa.

FATORES DE RISCO

O tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas aumentam o risco do câncer, sobretudo de boca e de faringe. A exposição ao sol sem proteção eleva o risco para o câncer de lábios. Já o excesso de gordura corporal também pode estar relacionado ao desenvolvimento do câncer de boca.

A exposição a óleo de corte, amianto, poeira de madeira, poeira de couro, poeira de cimento, de cereais, têxtil e couro, amianto, formaldeído, sílica, fuligem de carvão, solventes orgânicos e agrotóxicos está associada ao desenvolvimento de câncer de boca.  

Trabalhadores da agricultura e criação de animais, indústria têxtil, de couro, metalúrgica, borracha, construção civil, oficina mecânica, fundição, mineração de carvão, assim como profissionais cabeleireiros, carpinteiros, encanadores, instaladores de carpete, moldadores e modeladores de vidro, oleiros, açougueiros, barbeiros, mineiros, canteiros, pintores e mecânicos de automóveis também podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença. Já a infecção pelo vírus HPV está relacionada a alguns casos de câncer de orofaringe.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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