O diabetes é uma preocupação crescente, tanto no Brasil quanto no mundo. Dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostram que a condição atinge 10,2% da população brasileira. O país é o 5º no ranking mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, China, Índia e Paquistão.

Globalmente, a Federação Internacional de Diabetes estima que mais de 530 milhões de adultos viviam com a doença em 2021, com projeções alarmantes de crescimento para os próximos anos. Para conscientizar sobre os riscos, hoje é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Diabetes.

Considerada uma doença crônica, o diabetes acontece quando o corpo não produz insulina suficiente ou não consegue usar adequadamente a insulina produzida. A insulina é essencial para permitir que a glicose dos alimentos entre nas células e seja utilizada como energia. Sem insulina eficaz, os níveis de glicose no sangue se elevam, gerando diversas complicações de saúde.

A doença se manifesta de duas formas principais. O Diabetes Tipo 1 ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. É geralmente diagnosticado em crianças e jovens adultos. Já no Tipo 2, a doença resulta da resistência à insulina e uma deficiência relativa de insulina. Está associada a fatores de risco como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada, sendo mais comum em adultos.

“Um dos grandes problemas da diabetes é que, muitas vezes, ela é uma doença silenciosa. Quase metade das pessoas com o tipo 2, o mais comum, nem sabe da presença da condição e quando descobre pode ser tarde demais”, destaca o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, fellow da Obesity Society FTOS - USA e presidente da Abran - Associação Brasileira de Nutrologia.

Segundo o especialista, é preciso estar atento a sintomas comuns, como o excesso de sede e o aumento da diurese, quando a pessoa precisa ir inúmeras vezes ao banheiro, em especial durante à noite.

PREVENÇÃO

Fatores comportamentais têm importante papel no surgimento do diabetes. “O crescimento dos casos do tipo 2, apontado em inúmeras pesquisas, se deve ao estilo de vida pouco saudável da população, como o sedentarismo e a má alimentação”, explica o médico nutrólogo.

A prevenção, segundo ele, envolve uma combinação de mudanças no estilo de vida, que podem reduzir significativamente o risco. As principais orientações se relacionam à alimentação, redução de consumo de açúcar e gorduras saturadas, controle do peso, prática de atividades físicas, parar de fumar e limitar o consumo de álcool, e realizar exames periódicos.

RISCOS À SAÚDE

O diabetes pode levar a várias condições graves, especialmente se não for adequadamente controlado. As principais complicações incluem doenças cardiovasculares – com maior risco de ataques cardíacos, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e hipertensão; Neuropatia Diabética; Doença Renal Diabética; Retinopatia Diabética; Pé Diabético, além de riscos na gravidez.