
A escola municipal Prof. José D’Oliveira Barreto, do Jardim Bela Vista, colocou em prática um projeto de intervalo dirigido que tem conquistado os alunos e apresentado resultados positivos para os educadores. Para evitar a correria durante o recreio, a proposta resgata as brincadeiras antigas – muitas vezes desconhecidas da atual geração –, como amarelinha e pula elástico.
“Elas correm, se machucam, acabam inventando brincadeiras entre elas que por diversas vezes não dão certo, um corre, um pega, onde pode lesionar e tudo mais. E pegar no amigo também não é legal. Então com a nossa equipe gestora pensamos nesse novo projeto e no convite à professora Juliana Cotrim”, conta a diretora da unidade Daniele Butarelo Catelan.
O intuito, segundo ela, é fazer com que as crianças possam interagir, porém de maneira mais saudável, resgatando o verdadeiro brincar, um brincar mais prazeroso e sem telas. “Elas estão aprendendo a pular corda, elástico e jogar cinco marias”, comemora a gestora.
Dentro do projeto, foi criado um cantinho do Uno, que é um jogo de cartas criado nos anos 70, abrindo espaço também para jogos de tabuleiro. O local foi delimitado com pintura no chão. Também foram estabelecidos vários circuitos, com traços que indicam cada brincadeira.
“Adorei a ideia logo de imediato e juntas elaboramos a ideia das pinturas no chão. Além das sugestões da coordenadora da escola, busquei recordar do que eu gostava quando criança, para trazer uma inspiração mais intimista. E assim nasceu a pintura dos cantinhos, do twister e principalmente o circuito”, conta a artista plástica e professora Juliana Cotrim.
O resultado do trabalho ficou bastante lúdico e colorido, dando vida nova para o piso da escola e contribuindo para a animação da garotada. “Agora os professores de educação física ensinam as crianças. Essa semana foi o Elástico. A próxima eles vão começar com aquele joguinho Cinco Marias, que é sentar no chão com os saquinhos que a gente jogava pra cima, né?”, diz Daniele.
A gestora garante que o projeto reduziu os acidentes físicos entre os alunos, como trombadas e quedas. “Os pais reclamavam muito pra gente, alguns não sabem como tirar as telas das crianças. Então a escola ensinando, eles tendo esse primeiro contato com essas brincadeiras antigas, com esse processo de saber, motiva. E, consequentemente, eles vão replicar fora da escola.”
Em paralelo, a escola municipal tem encarado problemas causados pelo uso excessivo das telas. “Dificuldade de linguagem, dificuldade na alfabetização, porque a criança deixa de se expressar, não escuta, ela não sabe a vez de falar. Então a gente está trabalhando isso também”, revela.
Feliz com o projeto, Juliana Cotrim se diz emocionada. “Para mim foi uma honra executar e fazer parte desse projeto. Como professora, me emociona saber que as crianças brincarão melhor através da minha arte e que eu pude contribuir para um intervalo mais direcionado e divertido.”
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