O Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, data lembrada ontem, 12 de outubro, é uma oportunidade para jogar luz sobre a carência desta área da saúde. Cerca de 625 mil pessoas precisam destes cuidados no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, no entanto, o total de equipes em hospitais é muito aquém da demanda. A carência é a mesma no mundo. Existem 25 mil serviços, atendendo a 7 milhões de pacientes, mas ainda assim suprem apenas 12% do total de pessoas que precisam, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na região, os pacientes do Austa Hospital, de Rio Preto, uma das maiores instituições de saúde da região, estão entre estes 12%. Há 7 anos, o Austa conta com o serviço de cuidados paliativos, reunindo numerosa equipe multiprofissional. São profissionais vocacionados para acolher, cuidar e dar carinho visando à melhora da qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares e cuidadores diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, por meio do alívio do sofrimento, tratamento da dor e de outros sintomas de natureza física, psicossocial e espiritual.
"Atuamos e estamos juntos de nossos pacientes, seus familiares e cuidadores com o objetivo principal de evitar dor, sofrimento e outros sintomas de origem física, psicológica, social ou espiritual e ajudá-los a viver cada dia da melhor maneira possível, respeitando seus valores e autonomia", afirma a médica paliativista Andréia Cristina de Paula, coordenadora do Serviço de Cuidados Paliativos do Austa Hospital.
Receber cuidados paliativos não significa que não haja mais nada a fazer pelo paciente, mas sim que o diagnóstico é de uma doença crônica grave, que ameaça a vida e que causa sofrimento. Ao constatarem este quadro, os médicos especialistas passam a contar com a equipe de cuidados paliativos. "Há muito a fazer pelo paciente e todos à sua volta. Esta é a razão por que existimos."
Evidente, aponta a médica, que é muito angustiante receber o diagnóstico de uma doença grave. Ela costuma vir acompanhada, além dos sintomas físicos, de questões profundas de ordem social, psicológica e espiritual. Um diagnóstico difícil traz à tona questões como o medo da morte, a apreensão em deixar a família desamparada, conflitos do passado e até problemas de ordem prática, como o afastamento do trabalho e a consequente queda de renda, entre outras.
"Nossa equipe tem o olhar não apenas para a doença, mas sim para o paciente como um todo, o que explica a importância de reunirmos profissionais de tantas áreas diferentes", salienta a médica, que atua para melhorar o conforto físico do paciente – amenizar a dor, diminuir o mal-estar causado pela doença ou tratamento. "Nosso foco é o cuidado holístico ao paciente, familiares e cuidadores, oferecendo vida aos dias e caminhando juntos, com muito respeito e carinho mútuo", conclui.
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