Um a cada 700 bebês nasce com a Síndrome de Down, causada por erro na divisão celular. As pessoas apresentam características como olhos oblíquos, rosto arredondado, mãos menores e comprometimento intelectual. A síndrome também é conhecida por Trissomia do cromossomo 21 (T21), alteração genética que ocorre em 95% dos casos.
Esta segunda-feira, 21 de março, é o Dia Internacional da Síndrome de Down, data importante para a sociedade conhecê-la melhor e saber, por exemplo, que metade dos bebês com T21 têm grandes chances de nascer com cardiopatia congênita.
Ela é causada por algum defeito na estrutura do coração como, por exemplo, ligações existentes entre ventrículos e átrios, câmaras que atuam na circulação do sangue, e a persistência do canal arterial (PCA).
Felizmente, a cardiologista pediátrica Danielle Dantas, do Instituto de Moléstias Cardiovasculares - IMC, de São José do Rio Preto, tem uma notícia positiva. “Estudos mostraram que os avanços do tratamento aumentaram a sobrevida desses pacientes de 25 anos, em 1983, para 60 anos, em 2009, de forma que diagnóstico e tratamento precoces podem salvar a vida destes pacientes”, ressalta.
A cardiopatia congênita se manifesta através de alguns sintomas, como baixo ganho de peso, cansaço às mamadas, lábios roxos (cianose), desmaios, ausculta de sopro e pneumonias de repetição. “Nesses casos, se o bebê portador de T21 ainda não foi avaliado por cardiopediatra, o responsável deve procurar o serviço especializado imediatamente”, alerta.
Outras malformações causadas pela Síndrome de Down podem envolver a tireoide, trato gastrointestinal, ossos, olhos, ouvidos e sangue.
A síndrome pode ser diagnosticada pelo médico ainda quando o bebê está no útero, permitindo o acompanhamento pré-natal. Segundo Danielle, a possibilidade de a criança ter a síndrome pode ser sugerida pela descoberta de alterações sugestivas durante ultrassom morfológico precoce, feito com 12 semanas de gestação, e tardio, na 22ª semana de gravidez.
“A confirmação diagnóstica pré-natal é feita através de teste genético fetal. Na suspeita de T21, deve ser realizado ecocardiograma fetal, entre 24 e 28 semanas, para detecção da cardiopatia e planejamento do parto com a equipe”, explica a cardiologista.
Segundo a médica, em caso de suspeita, apenas após o nascimento o bebê deve passar por exame morfológico rigoroso para detectar achados específicos da T21. Antes da alta, ele dever ser submetido à avaliação de cardiologista pediátrico, que terá o auxílio do exame de ecocardiograma, e consultas com oftalmologista, otorrinolaringologista e geneticista. Os testes genéticos podem ser realizados dentro do primeiro ano de vida.
“O diagnóstico precoce da síndrome e suas repercussões nos diferentes órgãos é de extrema importância no prognóstico. O tratamento adequado e a estimulação precoce com equipe multidisciplinar podem fazer a diferença na qualidade de vida da criança”, destaca.
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