Começa hoje a Semana de Prevenção da Gravidez na Adolescência
Ginecologista e obstetra Ricardo Garcia fala sobre métodos anticoncepcionais, além dos riscos à saúde da jovem gestante
Foto: Divulgação - Ricardo Garcia diz que jovens devem ter orientação de um ginecologista
Por Da Reportagem Local | 01 de fevereiro, 2024

É celebrada de 1º a 8 de fevereiro a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, instituída pelo Estado, médicos e entidades para chamar a atenção de uma questão social e de saúde relevante. No Brasil, um em cada sete bebês é filho de mãe adolescente. A cada hora nascem 48 bebês filhos de mães adolescentes, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.

Além dos empecilhos sociais pelos quais passa a jovem gestante, existem também riscos à sua saúde e à do bebê, como a pré-eclâmpsia e a eclampsia, ressalta o ginecologista e obstetra Ricardo Garcia, do corpo clínico do Austa Hospital, de Rio Preto. “Quando a gravidez acontece na adolescência, existem chances maiores de prematuridade e baixo peso no nascimento. A taxa de mortalidade entre filhos de mães muito jovens é bastante alta”, afirma o médico.

A taxa mundial de gravidez adolescente é estimada em 46 nascimentos para cada 1 mil meninas de 15 a 19 anos, segundo dados da ONU. Já no Brasil, em cada 1.000 partos, 68 são de adolescentes, ou seja, um número 48% maior do que a média do mundo.

O último levantamento do Ministério da Saúde revela que, em 2020, cerca de 380 mil partos foram de mães com até 19 anos, o que corresponde a 14% de todos os nascimentos no Brasil.

A gestação não planejada na adolescência pode resultar da falta de conhecimento da adolescente sobre sua saúde, sobre as consequências na sua vida, bem como ao acesso limitado aos métodos contraceptivos eficazes. Das gravidezes que ocorrem na adolescência, 66% são não intencionais, o que significa que a cada 10 adolescentes que engravidam, 7 referem ter sido “sem querer”.

Segundo Ricardo Garcia, é fundamental que a adolescente tenha acesso e acompanhamento de um ginecologista. “Normalmente, já na primeira consulta, o médico acolhe a paciente, conhece a sua história, avalia sua saúde e fornece informações sobre os cuidados relacionados à vida sexual”, afirma.

O ginecologista é o profissional qualificado para orientar a paciente sobre os diferentes métodos contraceptivos, tais como preservativo (camisinha), pílula anticoncepcional, implantes (DIU hormonal, de cobre e implante subcutâneo), pílula do dia seguinte e métodos naturais, como a tabelinha.

“A camisinha, por exemplo, além de ser o método mais comum, é uma das melhores formas de prevenção, pois pode ser adquirida gratuitamente em postos de saúde, possui eficácia de quase 100% e também previne contra doenças sexualmente transmissíveis”, pontua.

Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), das 7,3 milhões de meninas e jovens grávidas no mundo, 2 milhões tem menos de 14 anos. As taxas de morbimortalidade são elevadas e chegam a 70 mil mortes de adolescentes por problemas na gravidez ou no parto.

Entre as causas de maternidade precoce no mundo estão os elevados índices de casamentos infantis, organizados pelas próprias famílias, a extrema pobreza, violência sexual e falta de acesso aos métodos anticoncepcionais. Adolescentes mães tendem a abandonar os estudos para criarem seus filhos, e têm três vezes menos oportunidades de conseguirem um diploma universitário, segundo o relatório do UNFPA e ganham em média 24% a menos do que mulheres da mesma idade sem filhos, segundo o mesmo estudo.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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