Cia da Casa Amarela estreia mais uma produção dedicada à primeira infância
‘Piu-Piu’ será apresentada neste domingo no Sesc Catanduva com música ao vivo, sonoplastia e gestos que vão cativar a criançada
Foto: VIVIAN GRADELA - Peça traz os conhecidos personagens da Cia da Casa Amarela: Édith e Charlôt
Por Guilherme Gandini | 29 de maio, 2022
 

Especializados na montagem de espetáculos para crianças e jovens há mais de 30 anos, os atores, dramaturgos e diretores Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues vêm realizando trabalhos dedicados a bebês, de zero a cinco anos de idade, desde 2016. No entanto, eles contam que a pesquisa para criar para esse público, tão específico e único, começou muito antes.  

Segundo os atores, a dramaturgia para bebês exige envolvimento profundo e sensível porque é um despertar estético e todo trabalho é sensorial e extremamente delicado, o que não restringe, apesar disso, tudo o que uma peça de teatro demanda.   

“É um processo minucioso, um exercício de sensibilidade que deve agregar equipe técnica, atores, criação, produção, o ambiente onde vai ser apresentado, a preparação do público, a linguagem, enfim, tudo deve ser pensado e trabalhado com todos os cuidados. Como nosso trabalho, ao longo de quase três décadas lida com sensibilidade e delicadeza, foi um passo natural e nós amamos fazer isso”, explica Drika Vieira. 

Originado na Europa, o teatro para bebês chegou recentemente ao país e há poucas companhias teatrais que se especializaram na área.  

Eles afirmam que escrever, criar e atuar para crianças é uma experiência gratificante: “Já comentei que gostaria de me dedicar exclusivamente à dramaturgia para bebês”, lembra Carlinhos. “A troca com os bebês é algo tão encantador, reconfortante e gratificante que temos a sensação de que o universo está presente e é pleno no espaço cênico, embora a encenação não tenha que ser obrigatoriamente lenta e silenciosa. Você pode falar ou não, correr, cantar, silenciar, usar músicas mais rápidas, agitadas ou calmas e serenas, enfim, é uma criação muito ampla, sem limites, respeitando sempre o olhar e a alma dos pequenos”, completa o ator. 

A Cia da Casa Amarela criou a 'Trilogia Cores, Formas e Sensações' abordando o universo estético de três pintores: Tomie Ohtake, Pablo Picasso e Vincent Van Gogh. Agora, estreia sua nova montagem, 'Piu-Piu', que traz os já conhecidos personagens Édith e Charlôt, criados pelos artistas catanduvenses, numa delicada história delicada e sensível que mostra aos bebês a importância do sentimento nas relações com plantas, bichos e pessoas.  

Édith e Charlôt, no jardim de sua casa, regam as flores e com elas conversam; cuidam um do outro e ainda aprendem que pássaros devem voar e cantar, livres, sem gaiolas. Tudo de forma delicada, com pouquíssimo texto, muitos gestos expressivos e significativos, música, sonoplastia, num ritmo que cativa, envolve e prende a atenção. 

AGENDE-SE 

Com dramaturgia e encenação de Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues, 'Piu-Piu' estreia neste domingo, 29, às 16 horas, no Sesc Catanduva, dentro da programação da Semana Mundial do Brincar. A entrada é franca, mas é necessário retirar ingressos porque os lugares são limitados. 

Autor

Guilherme Gandini
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