“Vale a pena viver a vida, mesmo quando o mundo parece ruir aos nossos pés. Para isso, devemos usar nossos sonhos para temperar a existência, nossas dores para nos construir e não para nos destruir”. Esse pensamento de Augusto Cury, médico psiquiatra e considerado o autor mais lido da década, nos dá apenas um aperitivo do que o público pode esperar ao assistir à comédia dramática “Nunca desista de seus sonhos”.
A peça, baseada no livro homônimo de Cury, propõe uma viagem de autoconhecimento, reflexão sobre a vida e a necessidade de orientação psicológica diante de problemas autossabotadores, além do entendimento de seus sonhos como objetivos a serem buscados. No palco, os protagonistas Luiza Tomé e Nizo Neto experimentam uma verdadeira salada de emoções, indo do riso à angústia, passeando por mensagens de resiliência, motivacionais e de esperança. Em busca da felicidade, mesmo quando tudo parece dar errado.
“Devemos gritar em silêncio que os melhores dias estão por vir, enfrentar os períodos mais tristes da vida não como pontos finais, mas como vírgulas para continuar a escrever nossa trajetória”, diz Cury, que adaptou o texto para a linguagem do teatro, ao lado de Ingrid Zavarezzi. A direção é de Rogério Fabiano e a classificação, 10 anos.
A trama conta a trajetória da psicóloga Carol (Luiza Tomé), de 60 anos, que vive em pé de guerra com a filha, de 16, representante da Geração Z, mimada e viciada em redes sociais. Usando a metodologia do Dr. Cury, Carol tem sucesso nos tratamentos de seus pacientes, porém, não consegue aplicar esses ensinamentos para resolver sua vida.
Além de Carol, há um leque de personagens: Breno (Nizo Neto), empreendedor falido que luta contra o estigma de ser um derrotado; uma senhora de mais de 80 anos que desistiu de viver; uma secretária, de 35, que sonha ser mãe, mas vive um casamento inter-racial e tem medo de colocar uma criança negra numa sociedade preconceituosa; um estudante de Medicina, de 32, que pensa em largar tudo por não concordar com a doutrina da faculdade; e um menino, de 12, que odeia estudar e faz questionamentos sobre a vida e o futuro.
A história ainda mistura ficção com situações reais. Passagens de vida do próprio Cury, de Abraham Lincoln, Martin Luther King e Jesus Cristo ilustram a produção. “É uma obra que fala sobre a importância de sonhar com disciplina, tomar as rédeas da vida, entender que nosso universo pessoal não é uma ilha e que isso vale para todas as gerações. Grandes figuras da história da humanidade vivenciaram as mesmas dúvidas e problemas que nós, hoje, vivenciamos, e nossos personagens também”, detalha a autora e roteirista Ingrid Zavarezzi.
Atores e diretor enaltecem a peça
Para Luiza Tomé, muitas mulheres irão se identificar de imediato com a sua Carol, em especial, as que já são mães. “Ela é uma mulher determinada, apaixonada pelo o que faz, excelente profissional, foi uma boa esposa e é uma boa mãe. Mas, como todas as mulheres, que são mães, que trabalham fora e são independentes, carrega culpa, pelo pouco tempo e pela pouca dedicação. Toda mãe tem medo de errar. Mas ela é uma heroína”, avalia a atriz.
Luiza tem certeza de que o texto tocará em cheio a plateia. “A forma apresentada tem como proposta motivar o público a tomar atitudes mais prósperas e mais felizes para que a sua vida seja melhor. Tem que ter fé, nunca desistir dos seus sonhos, porque só termina quando a gente morre”, frisa ela, que, em sua carreira, coleciona sucessos.
Entre os trabalhos mais recentes na TV e no teatro estão o monólogo “Louca para amar”, de Cláudia Tajes, com direção de Rogério Fabiano; e as suas participações na segunda temporada da série “Cine Holliúdy” (Globo, 2022), no quadro “Dança dos famosos” (2019); e na novela “O sétimo guardião” (2018).
Em turnê pelo Brasil afora com o espetáculo, Nizo Neto tem recebido retorno positivo, tanto pelas redes quanto ao vivo, quando é abordado no fim das sessões. A plateia se vê em seu personagem Breno.
Aliás, o próprio se identifica. “É aquele cara que passa por muitas coisas que muitas pessoas passam, né? Que é o problema de autoestima. E os altos e baixos da vida que nos surpreendem. Um cara que se preparou, estudou e que, agora, está fazendo o que não gosta, tendo que morar onde não quer, porque a vida colocou ele nessa situação. De uma certa forma, eu me identifico com ele, porque, como eu falei, a vida é cheia de altos e baixos, ainda mais para nós, artistas. É a dificuldade de você dar a volta por cima, encarar o que está passando e pedir ajuda, nesse caso, terapia.”
Em cena, Nizo ainda personifica o escritor Augusto Cury. Momento em que tem a oportunidade de mostrar outro lado como ator. “Interpretar o Cury é um privilégio. Ele é incrível. Ainda mais porque eu estou muito acostumado a fazer comédia, né? E esse personagem é um personagem sério. O Breno, por exemplo, tem uma pegada mais cômica e tal, mas esse é um personagem sério, que mostra um lado diferente meu como ator”, vibra ele, que é comediante, escritor, palestrante, diretor e dublador.
Nizo Neto é conhecido por suas atuações em novelas, como em “A próxima vítima” (1995) e “O Cravo e a Rosa” (2000) - ambas na Globo - e programas de humor, como o Seu Ptolomeu da “Escolinha do Professor Raimundo” (Globo).
Há quase um ano em turnê pelo Brasil, a peça tem emocionado as plateias. “Tem comédia; tem uma parte emocional; fala sobre sonhos; e motiva o espectador a não desistir dos seus sonhos, das suas ambições e dos seus sentimentos. As personagens estão lutando em busca de sua felicidade. O espetáculo, que navega por toda as idades, é inspirado na força de vontade que move o ser humano, e é isso que a gente quer passar para o público: motivá-lo a não desistir e, pelo o que a gente vê da reação, a gente está conseguindo isso”, conta o diretor Rogério Fabiano.
No elenco, ainda estão Fernanda Lorenzoni e Murilo Cunha. Cada um interpreta mais de um papel, transitando por gerações diferentes. Fernanda vive Vânia, Amélia e Tatiana, que abordam temas, como a maternidade; o racismo; a depressão aos 80 anos; e a rebeldia e dependência das redes sociais na adolescência. Já Murilo dá vida a Mateus e Guto, de 32 anos e 12, papéis ricos de questionamentos sobre a vida e o futuro e o atraente mundo dos negócios online.
DO LIVRO PARA O TEATRO
Essa é a terceira obra de Augusto Cury adaptada para o teatro. O livro best-seller “O Vendedor de Sonhos” foi o primeiro a ser transformado para a linguagem teatral. A ideia nasceu durante suas palestras, pela Applaus, com direção de Luciano Cardoso, com 33 anos de expertise no cenário musical e das artes. Depois, foi a vez de “O Homem mais inteligente da história”, que é o romance mais vendido de Cury, na última década. E, por fim, “Nunca desista dos seus sonhos”. As três montagens estão em turnê pelo Brasil, simultaneamente.
SERVIÇO
A peça “Nunca Desista de Seus Sonhos”, da obra de Augusto Cury, terá apresentação única no Teatro Municipal Aniz Pachá na sexta-feira, 30 de junho, às 20 horas. Os ingressos estão à venda em sympla.com.br por R$ 100 a inteira, R$ 50 a meia-entrada e R$ 80 o ingresso social com doação de 1 kg de alimento não perecível. O site permite parcelamento.
A realização é de Applaus, com apoio de O Regional, Vox FM e Netflex.
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