Casos de catapora aumentam na capital; Catanduva teve um surto este ano
Capital paulista registra 213 ocorrências até 5 de outubro, um aumento de 65% em relação ao ano de 2021
Foto: Shutterstock/Saúde em Dia - Catapora é altamente contagiosa e transmitida por aerossol e contato
Por Da Reportagem Local | 21 de dezembro, 2022

Em decorrência do aumento de 65% nos casos de catapora na cidade de São Paulo, o Cejam - Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim faz um alerta para a importância da prevenção e vacinação contra a doença. Conforme dados da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a cidade registrou 213 casos da doença até 5 de outubro, aumento de 65% em relação a 2021.

O fato gera preocupação para especialistas, que apontam a incidência à queda na cobertura vacinal e, possivelmente, ao retorno das pessoas à convivência social após a flexibilização das medidas sanitárias contra a Covid-19.

Neste sentido, a infectologista Rebecca Saad, do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Cejam, dá ênfase ao avanço do movimento antivacina, impulsionado pela polarização política. “Nos últimos quatro anos, o Ministério da Saúde não fez campanha de vacinação no país. Antes de 2014, a abrangência da vacinação era de 95% da população. Caiu para 90% em 2016 e, atualmente, está próxima de 50%. Isso é gravíssimo”, avalia.

A especialista alerta que, diferentemente do que a maioria das pessoas acredita, a catapora pode matar por complicações como encefalite e pneumonite, principalmente em idosos e pacientes do grupo de risco que tem imunodeficiência.

Em contexto, a médica lembra que, antigamente, a catapora era uma doença de alta incidência, especialmente entre as crianças. Inclusive, a sabedoria popular sugeria que elas fossem incentivadas a pegar a doença para não sofrerem de um mal maior quando adultas. “No Brasil, o cenário se modificou a partir de 2013, quando a vacina passou a ser ofertada gratuitamente pelo SUS”, pontua a médica.

Há duas formas de imunizar um indivíduo: através da aplicação da vacina tetravalente viral (SCR-V), que age contra catapora, sarampo, caxumba e rubéola, e por meio da vacina varicela, contra a catapora, combinada com a tríplice viral.

Desde 2018, a vacina vem sendo aplicada em duas doses, sendo uma aos 15 meses e outra aos 4 anos. No entanto, adultos e adolescentes não vacinados também devem se imunizar para evitar a doença. Ela é contraindicada para grávidas, recém-nascidos e pessoas com problemas na imunidade.

CONTÁGIO E SINTOMAS

Conforme a infectologista do Cejam, a catapora é altamente contagiosa e transmitida por aerossol e contato. “As partículas, que são finíssimas (menos de 5 micra), ficam plainando no ar e demoram a cair no solo, atingindo, assim, distâncias maiores, tornando a catapora mais transmissível do que outras por gotículas (tosse, espirro e saliva), como a Covid-19”, explica.

Para evitar o contágio, é necessário manter o indivíduo com catapora em isolamento no domicílio até as lesões se tornarem crostas, quando já não transmite mais a doença, além de higienizar rigorosamente as mãos, vestimentas, roupas de cama e outros objetos que possam estar contaminados.

Os sintomas costumam aparecer de 10 a 21 dias após o contágio e incluem dor de cabeça, febre baixa, perda de apetite, mal-estar, cansaço e manchas vermelhas e bolhas no corpo. “O período de incubação do vírus é de 4 a 16 dias. A transmissão se dá entre 1 e 2 dias antes do aparecimento das lesões de pele e até 6 dias depois, quando todas as lesões viram crostas”, completa Rebecca.

EM CATANDUVA

Consultada sobre o tema, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a varicela não tem notificação compulsória para casos leves, sendo registrados apenas os graves ou surtos. Neste sentido, o município registrou este ano um surto da doença, com nove casos positivos.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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