Casal de Catanduva divide a vida e também o amor pela música
Crédito: Divulgação - Além de Fabio Ferreira e Renata Melhado, a banda Trinity é composta por Guilherme Pena e Marcelo Medina
Fabio Ferreira e Renata Melhado fazem parte da banda Trinity, que se apresenta por Catanduva e região; proximidade com o meio musical vem de anos
Por Stella Vicente | 22 de novembro, 2022

O Dia do Músico, celebrado hoje, dia 22, homenageia os artistas que interpretam melodias e harmonias, responsáveis por emocionar e tocar o coração de muitas pessoas. O casal Fabio Ferreira e Renata Melhado descobriu nesse meio algo em comum. Hoje, os dois fazem parte da banda Trinity, juntamente com Guilherme Pena, baterista, e Marcelo Medina, baixista.

Segundo Fabio, ambos tiveram contato com a música desde muito cedo. Por volta de seus 12 anos, ele, que aprendeu a tocar violão na igreja, fazia parte de um grupo chamado Musical Antena. “Foi nesse período que comecei a me interessar em cantar e quando me dei conta já estava envolvido demais com a música e nunca mais parei”, diz.

Depois disso, ele ainda passou por outras bandas de Catanduva, a banda Cruzeiro do Sul de Ribeirão Preto, a Santa Maria, de São Paulo e, por fim, a banda Mídia, de Nova Odessa. Assim como Fabio, Renata também teve contato com a música cedo, tocando em alguns grupos de Catanduva, mas foi na banda Máquina do Tempo onde ela permaneceu por um maior período.

Ainda que Fabio estivesse longe dos palcos há um tempo, sua esposa Renata o convenceu de que deveriam tocar juntos. “Quem colocou lenha na fogueira foi a Renata. Ela sempre amou mais a música do que eu, para falar a verdade, e um certo dia ela me perguntou o que eu achava de voltarmos a tocar para termos isso como um hobby. Foi aí que tudo começou a ficar sério”, conta o músico.

A princípio, a ideia era ser algo apenas dos dois, porém a ideia tomou uma proporção maior e eles acabaram resgatando uma banda que tinham iniciado em 2004. Foi quando decidiram convidar Guilherme e Marcelo, que além de grandes amigos do casal, eram músicos bem conhecidos e bons do que fazem, afirma Fabio.

“Nós sempre tivemos uma paixão e amor pelo rock. Então, desde que decidimos voltar a tocar, o propósito sempre foi investir no rock and roll. Buscamos elaborar um repertório onde tocaríamos em bares, eventos e festas o estilo que sempre esteve presente em nossas vidas, mas que também trouxesse nas pessoas lembranças de uma época vivida de forma leve”, relata.

Além de ambos serem músicos, Fabio e Renata trabalham na área da saúde. Ele é psicanalista e ela nutricionista. Possuem uma clínica onde atendem durante toda semana, precisando dividir o tempo entre essa profissão, o amor pela música, com a filha, afazeres de casa e pessoais.

“Confesso que é um pouco louco e corrido, mas muito gratificante. Nós e os meninos da banda temos uma afinidade muito grande com a música e uns com os outros, o que possibilita ensaiarmos sempre que necessário e não toda semana como realmente gostaríamos. Mas o engraçado é que isso não afeta a qualidade da nossa música, pois o principal sempre está ativo entre nós que é o amor pela música e a satisfação de estarmos juntos no palco”, declara Fabio.

Para ele, que busca ver o lado psicanalítico da questão, no cenário pós pandemia, com isolamento, sofrimentos emocionais e psíquicos e perda de entes e amigos, o papel da música é fundamental. Consequentemente, os músicos são essenciais neste processo.

“Foi o que trouxe um pouco de alegria e alento aos corações das pessoas. Tanto é verdade isso que pudemos ver vários artistas realizando lives e as pessoas se organizando em casa com a família para curtir esses momentos se divertindo e esquecendo um pouco de tudo o que estava acontecendo no mundo e dentro de si mesmas. Creio eu que boa parte das pessoas passaram e superaram situações e perdas, por ter pelo menos um pequeno radinho onde tocava uma música que trazia conforto ao seu coração”, aponta Fabio.

Sobre as oportunidades para os músicos de Catanduva e região, ele acredita que hoje exista mais escassez que em tempos passados. “Quem tem pouco mais de 30, 35 anos, assim como eu, lembra-se que tínhamos shows na avenida, festas e comemorações nas cidades da região, bailes realizados em clubes praticamente todos os finais de semana. E isso proporcionava aos músicos da época se dedicar mais à música pois era possível viver dela”, relembra.

No entanto, ainda que não seja tão comum quanto era nessa época, ele acredita ser possível viver neste meio, já que assim como banda Trinity outros grupos e artistas conseguem se apresentar em diversos lugares. "Tenho muitos amigos que ainda vivem da música e vejo que tem que ralar muito e matar um leão por dia para sobreviver da sua arte, viver do que ama”, completa Fabio, que ainda destaca a admiração pelos empresários de Catanduva que recebem músicos locais em suas casas noturnas, para que possam mostrar na prática sua paixão pela música.

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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