O apresentador Fausto Silva, 73, recebeu a indicação para um transplante de coração pela equipe médica do Hospital Albert Einstein devido a seu quadro de insuficiência cardíaca. Faustão é um dos dois milhões de brasileiros já diagnosticados com a doença, segundo o “Estatuto do Paciente com Insuficiência Cardíaca e Cuidadores”, organizado pelo Global Heart Hub. A cada ano, cerca de 240 mil novos casos são registrados no país.
A insuficiência cardíaca é uma das maiores causadoras de morte prematura no Brasil e no mundo e o número de casos vem aumentando, alerta o cardiologista Luciano Miola, diretor técnico do Instituto de Moléstias Cardiovasculares - IMC, de Rio Preto, um dos principais centros de referência em cardiologia na região Noroeste do Estado.
“O aumento ocorre por conta do envelhecimento da população e dos fatores de riscos, tais como a obesidade, pressão alta e diabetes, o que pode levar à dificuldade em exercer atividades físicas habituais e à perda da qualidade de vida”, afirma o especialista.
Miola explica que a insuficiência cardíaca é uma doença em que o coração não consegue mais bombear sangue suficiente para o corpo, comprometendo as funções e necessidades do organismo.
Há dois tipos de insuficiência cardíaca: com fração de ejeção reduzida (ICFER), que acontece quando o músculo cardíaco não consegue bombear ou ejetar o sangue para fora do coração; e com fração de ejeção preservada (ICFEP), que ocorre quando o coração mantém a força de bombear o sangue, porém seu funcionamento é comprometido por outros fatores como, por exemplo, hipertensão, arritmias, diabetes, obesidade e doença renal crônica.
Segundo Luciano Miola, as principais causas dessa enfermidade são decorrentes de outros problemas que atingem direta ou indiretamente o coração, como pressão arterial não tratada ou descontrolada, sequelas de infarto do miocárdio, alterações nas válvulas cardíacas e doenças virais do músculo do coração.
SINTOMAS
Há como estar atento aos sinais da insuficiência cardíaca e buscar o tratamento médico, salienta o cardiologista. Entre os principais sintomas estão a falta de ar, fadiga, inchaço nas pernas, tornozelos ou pés, tosse seca, ganho de súbito peso e ganho de peso em curto espaço de tempo.
Ao constatar os sinais, Miola orienta que a pessoa procure o cardiologista que, durante a consulta, irá conversar detalhadamente para traçar o perfil clínico e histórico de vida. No IMC, centro cardiológico que é referência na região, a equipe médica dispõe de toda a infraestrutura para complementar a avaliação clínica, como eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma, raios-X do tórax, exames laboratoriais e ergoespirometria (teste de esforço na esteira).
Se forem necessários exames diagnósticos mais complexos para avaliar o coração, vasos, artérias e os órgãos do corpo humano, cateterismo cardíaco e angiografia são alguns dos procedimentos realizados no IMC por cardiologistas intervencionistas e hemodinamicistas.
PREVENÇÃO
Luciano Miola ressalta que o melhor é adotar atitudes e hábitos preventivos para evitar ser surpreendido. Ele orienta check up anual, principalmente para pessoas de grupos de risco, como diabéticos, hipertensos, tabagistas, de colesterol elevado e mulheres pós-menopausa.
Além disso, é importante adotar alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes; praticar atividades físicas: uma caminhada diária de pelo menos 30 minutos ajuda a prevenir diversas doenças cardíacas e a obesidade; e evitar bebidas alcoólicas e tabaco.
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