O Junho Verde busca alertar as pessoas sobre as doenças que afetam o sistema urinário, responsável por filtrar e eliminar impurezas e toxinas do organismo. É nesse período que é celebrado o Dia Mundial do Câncer de Rim, em 18 de junho, cujo objetivo é a conscientização.
Todos os anos, são diagnosticadas mais de 434 mil pessoas com a neoplasia, de acordo com os dados da Globocan. No Brasil, ainda segundo a instituição, são esperados 11.090 casos por ano.
A doença, silenciosa, é responsável por cerca de 3% das patologias malignas que atingem os adultos. Muitas vezes, a lesão no rim é descoberta quando o paciente realiza exame para outra finalidade, como um ultrassom do abdome, por exemplo.
“É mesmo comum que o carcinoma de rim seja descoberto acidentalmente, durante a realização de um exame de rotina ou por outra causa. A boa notícia é que em muitas dessas ocasiões ele ainda está em estágio inicial, localizado exclusivamente no rim, situação na qual são maiores as taxas de cura”, comenta Artur Ferreira, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.
O carcinoma renal ocorre mais frequentemente entre os 50 e 70 anos, sendo duas vezes mais comum nos homens do que nas mulheres.
"Os dados mais recentes da International Agency for Research on Cancer, da Organização Mundial da Saúde, mostram que cerca de 271 mil homens foram diagnosticados com câncer renal em 2020, enquanto 160 mil casos foram descobertos nas mulheres. Além disso, a neoplasia é a 14ª mais comum em todo o mundo, sendo o 9º câncer mais comum no público masculino e o 14º no público feminino", completa o especialista.
No Brasil, cerca de 75% dos tumores de rim correspondem ao câncer renal de células claras, de acordo com o Ministério da Saúde. Já nas crianças, o câncer de rim mais frequente é o tumor de Wilms (7% dos casos). Este tipo, segundo o médico, pode acometer um ou ambos os rins, ocorrendo principalmente antes dos 6 anos de idade. A cada dez casos de câncer renal em crianças, aproximadamente nove são tumores de Wilms.
SINTOMAS E PREVENÇÃO
Segundo Artur Ferreira, a tríade clássica do câncer renal (dor no flanco, sangramento urinário e massa renal abdominal palpável) ocorre em até 9% dos pacientes e quando presente, pode sugerir doença localmente avançada. A dor no flanco (uma das partes laterais do tronco), pode também surgir isoladamente, sem motivo aparente.
A presença de sangue na urina (também conhecida como hematúria), pode se manifestar de várias formas como por exemplo, eliminação de urina com a cor rosa, vermelho vivo ou na coloração de “coca-cola”.
Os principais fatores que podem aumentar o risco do câncer renal são idade avançada, tabagismo, obesidade, hipertensão arterial (“pressão alta”), insuficiência renal crônica (pessoas que fazem hemodiálise têm um risco maior para o câncer de rim) e presença de síndromes hereditárias, como a síndrome de Von Hippel-Lindau, síndrome de Birt-Hogg-Dube, complexo de esclerose tuberosa e carcinoma papilar renal hereditário.
“Embora alguns desses fatores sejam não modificáveis, como a idade, muitos são evitáveis. Por exemplo: é desejável não fumar, adotar hábitos de vida saudáveis e seguir uma dieta equilibrada, além de ter um bom controle da pressão arterial. Portanto, mexa-se! Pratique atividades físicas e fique de olho em sua alimentação e seus comportamentos”, finaliza o especialista.
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