A experiência da leitura se faz presente de formas diferentes para cada pessoa
Isael Messias de Oliveira, de 86 anos, e Rayane Sthefany, de 28, têm idades diferentes, mas compartilham da mesma paixão por livros
Crédito: O Regional - Isael Messias de Oliveira tem o costume de guardar parte de seus livros na varanda de casa
Por Stella Vicente | 29 de outubro, 2022

A data do Dia Nacional do Livro foi escolhida por ter sido a data em que a Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio de Janeiro, foi fundada. O fato ocorre quando a Real Biblioteca Portuguesa é transferida para a colônia, ainda em 1810. Hoje, a biblioteca é a maior da América Latina e uma das dez maiores do mundo, segundo a Unesco. Com cerca de 10 milhões de obras em seu acervo, a Biblioteca Nacional é responsável por captar, guardar, preservar e difundir a produção intelectual do país.

Da mesma forma que a Biblioteca Nacional possui uma grande quantidade de conhecimento dentro de suas salas, outras pessoas mantêm suas próprias relíquias literárias dentro de casa ou na varanda, como é o caso de Isael Messias de Oliveira. Hoje com 86 anos, o morador de Pindorama tem uma grande coleção de livros e o costume de manter alguns deles na frente de sua casa, em mesas e prateleiras. Para compor o ambiente, as tradicionais cadeiras de varanda ajudam a dar a impressão de que o lugar é uma mini biblioteca, de fato.

Segundo o Sr. Isael, ele lê de tudo e tem livros guardados desde sua época de escola. Porém, uma de suas séries favoritas é a do autor Masaharu Taniguchi, que fala sobre a Seicho-No-Ie, uma espécie de doutrina que crê nos ensinamentos por meio da prática de gratidão a família e no poder da palavra positiva. “Li a coleção inteira, que tem 40 livros, assim como minha mulher, que gostou muito e ficou maravilhada, tanto que ela terminou [a coleção] antes de mim”, conta Isael, que ainda revela que na época chegou a pagar mais de mil reais pelas obras em questão.

Hoje, ele é aposentado, mas tem formação em Direito e já trabalhou como escrevente e escrivão no Fórum. “O gosto da leitura veio junto com o Direito, porém eu não gostava da leitura do Direito em si. Mas foi algo automático, não foi calculado. Aos poucos fui me acostumando com a leitura. Hoje sou muito seletivo com o que eu leio”, diz.

Para ele, o hábito da leitura é algo muito gostoso e recomenda que jovens criem esse costume, assim como ele fez. “É importante ter livros para poder recorrer a eles quando você precisa de algo. A leitura traz uma cultura infinita, é demais e muito útil. Depois que li a coleção da Seicho-No-Ie me senti bem melhor”, relata o leitor pindoramense.

Isael conta também que, apesar de ter gostado de alguns de seus livros, sua esposa tenta incentivá-lo a doar as obras para a Biblioteca Municipal de Pindorama. Outra leitora ávida da cidade, Rayane Sthefany Colombo Gomes, faz exatamente isso com os seus próprios livros, e de forma frequente.

Com 28 anos e também formada em Direito, Rayane sempre teve interesse pela leitura, frequentando a biblioteca da própria escola e também a de Pindorama. Para ela, os livros hoje são como um hobby, um lazer, mas que agrega muito em sua vida, o que ela acredita que aconteça também com muitos outros leitores. “Os livros nos permitem sonhar, aumentar a criatividade e nos emocionar, também nos ensinam e nos edificam. Sempre que preciso de um momento de paz, de silêncio, eu procuro ler ou reler algum livro”, conta a jovem.

Apesar de agora estar com pouco tempo para ler por estar estudando para concursos, ela diz ter uma lista de livros desejados para comprar, principalmente dos seus gêneros favoritos que são romances e suspenses policiais e também ficção histórica. É do gosto de Rayane, e também de sua irmã, que a Biblioteca Municipal de Pindorama vai sendo recheada, pois ambas fazem diversas doações para a instituição.

Para justificar a ação, Rayane cita a seguinte frase: “Os livros não mudam o mundo, mas mudam as pessoas e as pessoas mudam o mundo”. Ela acredita que os livros devem ser lidos e não apenas mantidos, pois a leitura pode proporcionar uma busca maior por conhecimento e aprendizagem e que através disso as pessoas têm sua vida mudada, seja pelos sentimentos proporcionados pela leitura ou por aprenderem sempre algo novo.

“O meu principal objetivo com a doação de livros à biblioteca é trazer para a leitura os jovens. Existem livros para todos os gostos e se você procurar, sempre vai encontrar algum livro que te interesse, o importante é continuar sempre procurando”, destaca a leitora, que vê na prática da leitura um estímulo para a criatividade, melhora na escrita, no aumento do vocabulário e também na formação do pensamento crítico.

De fato, os livros proporcionam novas experiências, como foi com Rayane e suas doações, promovem sentimentos de paz consigo mesmo, como é o caso do Sr. Isael com sua filosofia, além de serem capazes de transportar as pessoas para diversos lugares do mundo e até lugares que não existem no mundo real.

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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