As varizes são multifatoriais, ou seja, doença causada por vários fatores. Um dos mais conhecidos é a idade avançada. Conforme a pessoa envelhece, maior é o risco de problemas vasculares. No entanto, essa condição também pode afetar os mais jovens. “A idade não é o único fator de risco para as varizes. Quando se fala em adolescentes, a maioria dos casos estão relacionados ao histórico familiar da doença”, alerta o cirurgião vascular e angiologista Fábio Rocha.
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), regional São Paulo, estudos populacionais têm demonstrado aumento na incidência de varizes em crianças e adolescentes, que acometem cerca de 10 a 15% dos estudantes que cursam o ensino médio.
De acordo com a SBACV, o risco de desenvolver varizes, se os pais tiverem a doença, chega a 90%. Caso apenas a mãe tenha tido, o risco é de 62% e se o pai for portador, o índice é de 25%.
Além da carga genética, pode acontecer que os hormônios das primeiras menstruações propiciem a formação de vasinhos. Outro motivo é o uso de anticoncepcionais combinados que possuem estrógeno e progesterona, hormônios que podem prejudicar o sistema circulatório.
“A formação de varizes ainda pode ser influenciada por fatores como a gravidez na adolescência, tabagismo, sobrepeso e sedentarismo”, complementa Fábio Rocha.
Os sintomas das varizes na adolescência são semelhantes aos que os adultos experimentam, afirma o cirurgião vascular. “O mais frequente deles é a sensação de pernas pesadas. Isso acontece porque os vasos sanguíneos da perna apresentam algum grau de dificuldade em bombear o sangue de volta para o coração.”
Outros sintomas associados a varizes durante a adolescência são queimação nas pernas, sensação de formigamento, inchaço e coceira.
TEM COMO PREVENIR?
A resposta é sim. “A prevenção de varizes pode começar desde cedo, com a adoção de alguns hábitos simples no dia a dia”, orienta o médico. As principais recomendações são manter o peso saudável; praticar exercícios físicos regularmente; ter alimentação equilibrada; evitar o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas; evitar o uso de saltos muito altos por longos períodos, assim como roupas muito justas, principalmente nas pernas.
DIAGNÓSTICO E RISCOS
Fábio Rocha diz que se as varizes surgirem durante a adolescência, não há motivo para pânico. A medicina pode ajudar. “Existem várias modalidades de tratamento para essa doença e o cirurgião vascular poderá indicar a que for mais adequada para o seu caso. Para isso, é imprescindível agendar uma consulta médica que fará o diagnóstico completo”, orienta.
Uma vez realizado o diagnóstico, o médico elaborará um plano individualizado de tratamento, considerando todas as variáveis do caso. Além disso, ele poderá indicar o uso de paliativos como a meia de compressão para aliviar as dores e melhorar a circulação.
“As varizes, se não forem tratadas, podem provocar outros problemas de saúde, como inchaço, dor, cansaço, feridas, sangramentos, manchas escurecidas e até trombose em casos mais extremos”, alerta Fábio Rocha.
Ele finaliza orientando: “A doença também afeta a autoestima, principalmente em adolescentes, já que é uma fase em que os jovens se preocupam bastante com a aparência. Tratar as varizes pode representar não só uma recuperação da saúde física, mas também do aspecto emocional”.
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