Usina de Oxigênio da UPA é desativada depois de funcionar apenas um mês
Equipamento custou mais de R$ 1,1 milhão e, segundo a prefeitura, não é viável
Foto: ARQUIVO/PREFEITURA DE CATANDUVA - Usina de Oxigênio deveria funcionar como um gerador do gás hospitalar
Por Guilherme Gandini | 15 de dezembro, 2022

Foi com o título “ação pela vida”, em texto divulgado à imprensa, que a Prefeitura de Catanduva anunciou o início do funcionamento da Usina de Oxigênio instalada na Unidade de Pronto Atendimento, a UPA. Isso foi em dezembro do ano passado, há apenas um ano. A nova ala foi instalada em área anexa para atender pacientes internados com crise respiratória aguda.

Passados menos de 12 meses, entretanto, O Regional recebeu a informação de que a Usina de Oxigênio foi desativada. A informação obtida pela reportagem é que falta um técnico para operar o equipamento. “O que contrataram ficou um tempo e, depois, pediu demissão. Está sem. Por isso não pode funcionar”, afirmou uma pessoa ligada à administração da UPA.

O jornal O Regional questionou a Associação Mahatma Gandhi, que administra a UPA mediante contrato com o município, sobre a previsão para contratação de um novo técnico para operar a Usina de Oxigênio. A instituição direcionou a responsabilidade à Secretaria de Saúde.

“O Mahatma Gandhi não tem conhecimento do técnico responsável, pois o mesmo não faz parte do quadro de profissionais que compõem o plano de trabalho aprovado pela Secretaria Municipal de Saúde. O Objeto do Contrato da UPA não contempla as Manutenção, contratação de profissionais ou qualquer situação que envolva a Usina de Oxigênio”, afirmou, em nota.

A Secretaria Municipal de Saúde também foi questionada sobre o desligamento da usina, a previsão para contratação de um novo técnico e se, sem a produção própria, a UPA precisou voltar a adquirir oxigênio. O órgão afirmou que a usina funcionou pouco mais de um mês.

“A Usina de Oxigênio foi usada até o final de janeiro deste ano, período em que foi muito útil durante o pico da variante ômicron da covid e atendeu a demanda. Atualmente o uso da usina não se mostra necessário, sendo que tem-se optado pela compra do oxigênio já encapsulado por ser mais fácil o manejo, reposição e entrega. Porém, se houver aumento significativo de pacientes com necessidade de oxigênio, a usina pode voltar a funcionar e já provou suprir mais do que 100% da demanda”, informou.

ENTENDA

A Usina de Oxigênio da UPA foi resultado de articulação do Cosems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo) e Governo de São Paulo, a partir de parceria com a Petrobrás. A prefeitura investiu cerca de R$ 100 mil e a estatal liberou em torno de R$ 1 milhão.

O equipamento funciona como gerador do gás hospitalar: o ar comprimido passa por processo de filtragem, em que são removidos elementos indesejados, como o nitrogênio e o dióxido de carbono. Após a purificação, o insumo chega direto aos pacientes com pureza de 95%.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde informou na época, o gasto da UPA é de R$ 150 mil por ano, na compra do insumo. Já a nova usina teria capacidade para produzir 432 metros cúbicos de oxigênio por dia, quantidade suficiente para atender todos os leitos da unidade.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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