USE Catanduva realiza sessão de psicografia com médiuns hoje
Foto: Arquivo Pessoal - Ricardo Pinfidi é colaborador da USE e dirigente do Semeador
Nilton Stuqui e Diego Garla vão psicografar cartas em evento aberto ao público, Ricardo Pinfildi fala sobre a iniciativa
Por Guilherme Gandini | 08 de julho, 2025

A USE Intermunicipal de Catanduva - União das Sociedades Espíritas e a Associação Espírita Semeador realizam Sessão de Psicografia com os médiuns Nilton Stuqui e Diego Garla nesta terça-feira, dia 8 de julho. A programação se inicia às 15h, com a entrega de senhas e registros; as atividades começam às 16h e as leituras das cartas serão realizadas a partir das 20h30.

Todos que chegarem até as 18h30 receberão senhas. O local é o salão de festas da Loja Maçônica Dr. Carlos Reis, na rua Mato Grosso, 494, Higienópolis.

O evento faz parte da programação do mês de julho que traz como título ‘Mediunidade e vida de Chico Xavier’, em alusão ao médium, filantropo e um dos mais importantes expoentes do espiritismo e fazendo referência aos 98 anos da sua primeira psicografia.

Quem falou com O Regional sobre a Sessão de Psicografia desta terça-feira foi Ricardo Pinfidi, colaborador da USE e dirigente do Semeador.

O Regional: Por que julho foi escolhido para realizar essa homenagem a Chico Xavier?

Ricardo Pinfildi: Julho marca uma data muito especial na história do Espiritismo: foi nesse mês, no ano de 1927, que Chico Xavier psicografou sua primeira mensagem espiritual — um marco que daria início a uma das trajetórias mediúnicas mais extraordinárias da humanidade. A carta, assinada por Amigo Espiritual, foi um sinal claro da missão que se revelava ali: consolar, esclarecer e servir com amor. A partir desse momento, Chico se dedicou inteiramente à mediunidade com humildade, disciplina e profundo compromisso com os ensinamentos de Jesus. Por isso, o mês de julho é celebrado como o marco do nascimento da missão mediúnica de Chico Xavier, convidando-nos a refletir sobre a importância da mediunidade vivida com responsabilidade, fé e caridade — como ele nos ensinou.

O Regional: Hoje tem um grande evento. O que será realizado?

É um evento de psicografia. O que que é essa psicografia? São os espíritos. Quem são esses espíritos? É aqueles que até ontem estavam conosco aqui, que deixaram o corpo físico e que estão numa outra dimensão. Fizeram uma viagem para uma outra dimensão. É o pai que partiu, é o amigo, é a esposa, é o marido, é o filho, seja quem for. Partiu, se libertou do corpo físico, matéria, mas está vivo, está presente. Mas é possível esse pessoal comunicar? Sim, é possível. A filosofia espírita entende dessa forma e nos apresenta evidências nesse sentido. Nós trazemos esse tipo de atividade aberta à comunidade, sem rótulo religioso. Com qual intuito? Proporcionar consolo, acalento, esperança para quem está vivenciando esse drama da perda de um ente amado. O Nilton Stuqui é da cidade de Neves Paulista. O Diego Garla é da cidade de Duartina, na região de Marília E os dois fazem essa tarefa. Eles se colocam à disposição, eles têm mediunidade, eles registram o contato com os espíritos amigos e se colocam à disposição. E o telefone, o Chico Xavier já dizia, sempre toca de lá pra cá. Não é a gente pedir, eu quero e aquele espírito vai vir trazer mensagem. Mas a gente se propõe, faz as orações, e se o Espírito entende que deve comunicar, tem afinidade com o médium, aí surgem as comunicações, as mensagens, e eles registram essas mensagens, que confortam tanto os corações.

O Regional: Todo mundo recebe mensagem dos espíritos?

Nesse tipo de atividade nós não prometemos mensagem para ninguém. Vai 400, 500 pessoas. Eles dão 30, 60 mensagens, 30 cada um, nessa noite. Mas aquela parte que está presente e que não se beneficiou com a mensagem sai consolada.

O Regional: Se eu quero receber a mensagem de um parente, que horas devo ir ao evento?

As atividades têm início às 15 horas, o pessoal começa a chegar, se assenta bonitinho, pega uma senha. Essa senha é uma ficha que vai anotar – eu queria notícias do meu pai, da minha mãe, quem ela quiser põe o nome do espírito que ela quer. Só o básico. Vai chamar a senha, essas pessoas passam pelo médium, conversa ligeiramente e vai sentar. Eles não ficam interrogando ninguém. Depois das 18h30 eles vão iniciar a psicografia que se estende por duas horas, psicografando. Uma carta atrás da outra. Aí eles fazem a leitura de algumas das cartas. Vai chamando todas as cartas. Eles chamam todos aqueles que estão envolvendo o espírito comunicante. Aí vem o parente e recebe a mensagem. É lida em público algumas delas e as outras, como não dá tempo de ler todas, eles vão ali e o médium lê, se tiver alguma dúvida o médium lê para eles e eles levam para casa.

O Regional: A própria pessoa interessada precisa ir ao local?

Se a pessoa quer ir, mas está trabalhando. Ela pode mandar alguém para ela com o nome do espírito que deseja notícia. E se alguém pega a senha, passa pelo médium, informa: eu estou aqui porque o meu amigo está trabalhando e ele deseja notícia de fulano. E vai embora, não precisa ficar lá. Aí depois das 18h30, aquela pessoa vai. Durante as tarefas, a partir das 16 horas, nós fazemos atividades com música, palestras de 15, 20 minutinhos, como reflexões, uma fala, um vídeo do Chico [Xavier], um trecho de um filme, para entreter as pessoas que estão ali e elas já estão sendo beneficiadas naquele ambiente. Se não der pra pegar senha, não tem problema. Vai para lá. Porque inúmeras mensagens são trazidas do além, mesmo sem a senha. Nós temos depoimentos de pessoas que chegaram lá às sete horas da noite. Os médios estavam psicografando lá no palco. E o conteúdo das mensagens é coisa de arrepiar. É interessantíssimo.

O Regional: Como posso ter certeza que aquela mensagem é do meu parente.

Não adianta uma carta que seja genérica, que eu vou ler, serve pra um familiar que partiu para qualquer um. A gente respeita, mas falta autenticidade, falta algum elemento ali que me convença que é um familiar meu. E nesse sentido, as mensagens são ricas de detalhes. A gente sempre fica com esse olhar crítico nesse sentido para buscar algo que dê autenticidade. Vou pegar alguns exemplos. Em momento algum, aquele que vai receber a carta falou para os médiun determinadas situações. Mas na carta vem a mensagem assim: papai, eu adorava quando estávamos no carro e o senhor dava cavalo de pau para fazer eu dar risada. Quando que o familiar contou isso para o médium? Em outra situação, mamãe, a senhora estava preocupada em casa, eu tinha que fazer a viagem, a senhora tinha preparado para mim uma galinhada, que era aquilo que eu mais gostava. Cara, onde que pode o médium ter essas informações? Porém, a gente sempre é muito crítico. A filosofia espírita não se convida a questionar, a duvidar. Não vai aceitando as coisas gratuitamente assim, sem elementos, comprobatórios. E alguém poderia dizer: esse negócio de mensagem mediúnica é balela. Isso daí está no psiquismo do ambiente. Telepatia, aquilo que está na consciência astral. Aí o médium capta isso. Aí veja, e a gente argumenta nesse sentido: existem fatos mediúnicos que a pessoa que está ali presente não tem essa informação na sua mente. São tantos casos assim. Exemplo, uma caravana foi a Uberaba assistir Chico Xavier psicografar. Aí ele dá uma mensagem: um endereço X em Rio Preto, todo mundo daquela caravana olha um pro outro - o Chico pisou na bola, essa rua não existe em Rio Preto, aí eles chegaram em Rio Preto e foram procurar o nome da rua - era uma rua de um único quarteirão.

O Regional: A reencarnação é uma das coisas do espiritismo que mais fascina as pessoas. Especificamente desse evento, existe um tempo de falecimento, de desencarne da pessoa para ela poder se comunicar?

A gente vai abordar duas situações muito oportunas. Primeira: quando envolve o tempo daqueles que partiram para trazer as mensagens. Isso é muito relativo, porque depende de uma série de situações, de condições, para que isso ocorra. Porque leva em conta a condição do espírito, ele está em condições para dar essa mensagem, e também a necessidade do familiar. Envolve uma série de questões. E existem espíritos que desencarnaram recentemente, mas que trazem as notícias. Algumas vezes, eles têm a lucidez, eles já se readaptaram, mesmo num curto espaço de tempo, Porque isso diferencia de espírito para espírito. Quanto mais evoluído, mais rapidamente ele ganha consciência do lado de lá. E ele está em condições de trazer um recado para o familiar. Outras vezes, os espíritos são tão caridosos e nos tratam com tanto carinho. Eles sentem que é necessário o espírito, que já passou para lá, trazer uma mensagem para o familiar. Mas ele não consegue ainda pegar no lápis para estar escrevendo. Aquele espírito não tem condições para ele enviar mensagens. Mas um mentor faz a ponte e ele transmite. E outra situação, complementando, que você mencionou. Mas o espírito pode ter reencarnado, já está aqui e pode dar uma mensagem. É mais raro, mas pode. Por quê? Porque pode até mesmo uma pessoa que está encarnada, como nós, num momento em que eu permaneço em oração, a minha alma, porque nós não somos o corpo, o corpo é uma vestimenta, aí o espírito, o meu espírito, se desprende, se emancipa e pode se manifestar. Mesmo encarnado pode se manifestar. É uma particularidade de um tipo de mensagem que é possível ocorrer.

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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