Síndromes respiratórias em crianças começam a lotar hospitais da região
Hospital de Rio Preto já não recebe pedidos de internação; em Catanduva, pneumologista Fabio Macchione diz que demanda tem aumentado
Fotos: DIVULGAÇÃO/ARQUIVO PESSOAL - Direção do HCM diz que síndromes lotaram leitos; Macchione orienta medidas preventivas
Por Guilherme Gandini | 21 de outubro, 2022

O Hospital da Criança e Maternidade (HCM), de São José do Rio Preto, está enfrentando, nas últimas semanas, superlotação na UTI pediátrica. Atualmente, a unidade conta com 20 leitos de UTI pediátrica pactuados com o SUS, porém, conforme boletim divulgado na quarta-feira, dia 19, 26 leitos estavam ocupados. Com a taxa de ocupação acima de 100%, o HCM trabalha em plano de contingência e por isso não está recebendo novos pedidos de internações.

“Estamos enfrentando problemas com síndromes respiratórias pelo menos duas vezes ao ano. Temos um número substancial de leitos, mas não é suficiente para atender nossa região. Fazemos o que está ao nosso alcance. Mas quando nossa instituição chega em um ponto que não temos mais condições de absorver a demanda e acolher estes pacientes fica muito difícil para nós”, explica o diretor administrativo do HCM, Antônio Soares Souza.

O aumento nas internações é decorrente de síndromes respiratórias. “Temos muitos casos de bronquiolite e também de pneumonia. Isto ocorre devido as mudanças no clima das últimas semanas. Esta situação é bastante atípica, pois estas síndromes são comuns no inverno. E, nestes períodos, também não deixamos de receber as outras demandas, como cirurgias cardiológicas, neurológicas e de emergência/urgência”, diz a diretora clínica Marina Catuta.

EM CATANDUVA

O pneumologista Fábio Macchione dos Santos, de Catanduva, afirmou ao jornal O Regional que tem percebido aumento da procura de crianças com sintomas respiratórios, no consultório e nas unidades de urgência e emergência dos hospitais. “Esses quadros são relativamente comuns em épocas do ano em que o clima se apresenta com temperaturas menores e, principalmente, com a presença de um grande agressor do sistema respiratório, que é o tempo seco”, afirma.

Segundo o especialista, a pandemia do novo coronavírus ainda tem reflexos nesse processo que atinge o público infantil. “A pandemia fez com que essas crianças tivessem comprometimento da imunidade: pelo isolamento social, pelo uso de máscara e pela não ida à escola, onde eles entrariam em contato com aqueles vírus habituais e desenvolveriam imunidade a eles.”

Os casos mais delicados são de crianças que têm doenças crônicas, como alergias ou asma, que podem apresentar quadros clinicamente significativos. “A gente orienta os pais para que se preocupem em manter o calendário de vacinação em dia, com o descanso adequado, hidratação e alimentação satisfatória, para fortalecer o sistema imunológico. E, sempre que necessário, procure um profissional especializado para aumentar a proteção e ter tratamento adequado.”

Autor

Guilherme Gandini
Editor-chefe de O Regional.

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