Nesta terça-feira, 5 de novembro, profissionais de saúde e colaboradores dos hospitais da Fundação Padre Albino (FPA) se reuniram para o 12º Simpósio de Humanização e Segurança do Paciente, que integra a Semana da Qualidade da instituição e traz como tema “Juntos pela Humanização na Saúde.”
Realizado no auditório do campus sede da Unifipa, o simpósio teve como principal objetivo promover práticas assistenciais que coloquem o paciente no centro do cuidado, priorizando atendimento seguro e acolhedor. O destaque deste ano foi o aprofundamento dos cuidados paliativos, com palestra ministrada por Beatriz dos Santos Thimóteo, médica de Cuidados Paliativos da Ala Laranja do Hospital Emílio Carlos.
A manhã de atividades começou com a apresentação da orquestra da Congregação Cristão do Brasil, que realiza o projeto ‘Música nos hospitais’ e de outros projetos de humanização desenvolvidos pelos hospitais da FPA, evidenciando o compromisso com o atendimento humanizado em diferentes frentes.
Entre os destaques estavam o uso da realidade virtual para fisioterapia, o projeto “Condutor da Alegria” voltado para a pediatria, a terapia assistida por animais com o “Cão & Gato-terapia”, o “Carimbo da Placenta” na Maternidade, “Pratos Coloridos” para promover a alimentação saudável infantil, além de iniciativas como a “Idosoteca”, “Correspondência da Esperança” e outros projetos que fazem a diferença no dia a dia dos pacientes.
Maristela Neves, coordenadora do Centro Integrado de Humanização dos hospitais da FPA, ressaltou a importância dos cuidados paliativos, destacando a recente conquista do Hospital Emílio Carlos do “Selo Amigo da Pessoa Idosa,” que reconhece boas práticas assistenciais. “A nossa intenção é reforçar e intensificar essas boas práticas cada vez mais. Por isso, trouxemos a Dra. Beatriz para falar sobre esse conceito do paliativo porque não estamos falando de final de vida, e sim de vida,” declarou.
Em sua palestra, Beatriz Thimóteo abordou os avanços e desafios dos cuidados paliativos no Brasil, especialmente após a criação da Política Nacional de Cuidados Paliativos em maio deste ano. Ela ressaltou que apenas 3% dos pacientes que necessitam desse tipo de cuidado humanizado têm acesso a ele, segundo dados do Ministério da Saúde. “Talvez o nosso maior desafio seja conseguir levar esse cuidado a outras pessoas que também precisam, que também podem se beneficiar. O cuidado paliativo não é sobre falar de morte, mas sim sobre viver até lá”.
O ponto mais emocionante do evento foi o relato de dona Ana, esposa do senhor Elson, paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e que acompanhou o marido ao Hospital de Câncer de Catanduva. Em seu testemunho, dona Ana compartilhou como o cuidado paliativo ajudou a família a enfrentar a difícil jornada com dignidade e serenidade. “Nunca me falavam a palavra ‘paliativo’. Eu não sei por que, mas não citavam. Acho que o paliativo tem que ser citado, porque muitos veem isso como morte, mas pelo tratamento que tive eu vi como vida, como amor. Meu esposo sorria o tempo todo e o cuidado foi tão lindo que nos sentimos bem,” afirmou emocionada, arrancando aplausos e lágrimas dos presentes.
O Simpósio segue até sexta-feira, dia 8, com atividades da Semana da Qualidade, que inclui o “Cine Qualidade” para ilustrar a evolução do setor, estações com apresentação das metas de Segurança do Paciente e uma “Oficina da Qualidade.” A programação celebra o Dia Mundial da Qualidade, em 9 de novembro, reforçando o compromisso da Fundação Padre Albino em garantir segurança e bem-estar aos seus pacientes por meio da melhoria contínua e da humanização do atendimento de suas unidades hospitalares.
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