A Secretaria Municipal de Saúde divulgou boletim com atualização dos números da dengue em Catanduva, de 1º de janeiro até 29 de abril. A publicação oficial comprova o rápido avanço do mosquito Aedes aegypti, que já fez mais de 1.059 vítimas na cidade em apenas quatro meses, ultrapassando de longe o total de casos registrados em todo o ano passado, que foi 456.
De acordo com o relatório, de 111 notificações em janeiro, houve 38 confirmações da doença. Em fevereiro, foram 146 suspeitas para 89 diagnósticos positivos. No terceiro mês, salto nos números: 941 notificações, 610 confirmados e 21 exames aguardando resultado. Em abril, 1.061 casos notificados, 322 com resultado positivo e 564 com exames ainda em tramitação.
Transformando os dados em porcentagem, a gravidade do contágio fica mais nítida. De janeiro para fevereiro, o aumento dos casos positivos foi de 134%. De fevereiro para março, 585%. Levando em conta a quantidade de exames sem resultado no mês de abril, é muito provável que, depois da definição, o quarto mês do ano também indique nova alta.
Na comparação com os índices do ano passado, a situação fica ainda pior. Em janeiro de 2021, foram 25 casos positivos, fevereiro 23, março 50 e abril 80, totalizando 178 no quadrimestre e revelando salto de 494% no comparativo com o mesmo período deste ano.
Se a evolução da epidemia for semelhante, maio poderá ser o ápice, já que em 2021, foram 134 confirmações no quinto mês do ano, para seguir em redução de números nos meses seguintes: 66 em junho, 32 em julho, 4 em agosto, 9 em setembro, 9 em outubro, 7 em novembro e 17 em dezembro. O resultado do último mês do ano já assinalava a tendência para 2022.
CAOS NA UPA
Pacientes que mantiveram contato com o Jornal O Regional nos últimos dias relataram grande movimentação na UPA e hospitais da cidade devido às confirmações de dengue. Na Unidade de Pronto Atendimento, uma paciente passou a noite de sexta para sábado aguardando atendimento, até desistir. Apenas uma médica, segundo ela, cobria aquele plantão.
No sábado, ela permaneceu na unidade das 12h às 23h. “Havia uma enxurrada de gente com sintomas de dengue, sem espaço no repouso, nas cadeiras de hidratação, dente deitada na recepção porque não aguentava ficar sentado com dor no corpo. Fui atendida às 16 horas e às 18 horas não tinha sido medicada ainda. Chorei a um enfermeiro e consegui uma maca”, relata.
COMBATE
Praticamente sem alterações diante da alta dos números e com o mesmo contingente, a Equipe Municipal de Combate ao Aedes aegypti (EMCAa) prossegue trabalho de visitação casa a casa e bloqueios. Os locais que serão vistoriados são divulgados apenas pelas redes sociais.
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