Saúde mental de mulheres vítimas de violência precisa ser valorizada
Campanha busca conscientizar a população sobre a problemática, mas muitas vezes a agressão psicológica não recebe atenção necessária
Foto: DIVULGAÇÃO - Violência psicológica é um dos cinco tipos de agressões contra a mulher classificadas pela Lei Maria da Penha
Por Stella Vicente | 22 de agosto, 2022
 

O Agosto Lilás é uma campanha que celebra o aniversário da Lei Maria da Penha, o principal instrumento legal de proteção para a mulher. Dentre as violências sofridas pela parcela feminina da população brasileira, está incluída a violência psicológica. Além do aspecto legal, este tipo de agressão também preocupa do ponto de vista da saúde mental, pois pode ter consequências graves que afetam a qualidade de vida da mulher a curto e longo prazo.  

Pensando neste ponto de vista, a psicóloga clínica e social Fernanda Affonso Costa, que é especialista em gestão estratégica de pessoas e em psicologia hospitalar, aponta diversos transtornos que podem ser causados em situações de agressão contra a mulher.   

“A violência contra a mulher pode gerar uma série de problemas de ordem psicológica para as vítimas, acarretando consequências como baixa autoestima, apatia, insegurança, tristeza, culpa, vergonha, medo, depressão, ansiedade, síndrome de pânico, entre outros. Além disso, a mulher vítima de violência geralmente apresenta dificuldade com novos vínculos de confiança e também para estabelecer relacionamentos afetivos e/ou amorosos depois da violência”, descreve a profissional.  

O recomendado para as vítimas dessas situações é procurar meios legais para denunciar e se proteger, assim como buscar ajuda profissional e iniciar terapia a fim de conseguir lidar com as consequências psicológicas dessa violência e minimizar os danos à sua própria saúde.   

“Muitas mulheres precisam até mesmo procurar ajuda médica, como de psiquiatra, para associar medicamentos que a auxiliem no processo. Poder contar com família e amigos nesse processo de pós violência é extremamente importante, pois é na rede de apoio que a mulher irá se apoiar para enfrentar essa violência”, destaca Fernanda.  

Pensando na saúde mental dessas mulheres vítimas de violência, tanto física quanto psicológica, é preciso criar um ambiente seguro e de confiança para que elas se sintam à vontade para compartilhar as experiências que viveram e lhes causaram tanto sofrimento. Somente assim, segundo Fernanda, elas podem recuperar sua autoestima, desejos e vontades que foram anulados durante o período em que conviveram em uma situação e/ou relação marcada pela violência.  

“A campanha Agosto Lilás é extremamente importante para dar voz a essas mulheres vítimas de violência, para reforçarmos a importância da mulher se empoderar perante qualquer situação ou pessoa que a diminua, ofenda ou violente. Além disso, o Agosto Lilás intensifica a divulgação da Lei Maria da Penha, criada em agosto de 2006 como forma de garantir mecanismos específicos de combate a violência contra a mulher, além da divulgação de serviços especializados de atendimento à mulher e também é uma Campanha importante para reforçar as formas e canais de denúncia existentes como o Disque 180”, completa a psicóloga.

Autor

Stella Vicente
É repórter de O Regional.

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