
Quando C.M.L. saiu de casa para passear com o seu pet, um schnauzer, na manhã de domingo, ela não imaginava que o percurso quase terminaria em tragédia. Ela foi atacada por dois rottweilers na Praça da Independência, em frente à Sé Catedral Santuário Nossa Senhora Aparecida, por volta das 10h30 – cerca de meia hora depois do término da missa.
Segundo o relato, um dos cães estava sem coleira e sem guia, porém ambos andavam soltos próximos do tutor. A moradora sofreu uma queda violenta quando o animal avançou, o que resultou em uma concussão na cabeça e ferimentos no braço. Ela foi socorrida pelo Samu e precisou ficar hospitalizada. Seu cão foi mordido violentamente na perna.
“Isso é um alerta para que os tutores de cães andem com seus animais com guias e coleiras, para evitar uma tragédia fatal. Lembrando que a culpa não é do animal e sim dos tutores”, escreveu ela em uma rede social, agradecendo à Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Samu pelo atendimento e socorro. À reportagem de O Regional, ela pediu para não ser identificada.
Ela lembra que, naquele local, há muitos idosos e crianças transitando. “Fazia 30 minutos que tinha acabado a missa, quer dizer, é a missa do domingo que tem criança, tem idosos, tem animais de pequeno porte de moradores do entorno. Isso daí poderia ser fatal para uma criança, um idoso, porque a queda foi violenta. O rottweiler pulou em cima de mim e foi violento.”
Além de não prestar socorro, o tutor dos rottweilers pegou os cães e se evadiu do local. “Fui orientada a fazer boletim de ocorrência para a polícia investigar e procurar quem é esse tutor para ele ser responsabilizado” indica. “A população precisa ter noção da gravidade do ocorrido, que poderia ter sido fatal. Compartilhe essa história, pois a próxima vítima pode ser você.”
Adestrador diz que é preciso somar educação e equipamentos
O adestrador Fabrício Sabatini diz que é preciso unir adestramento e equipamentos de boa qualidade para evitar acidentes envolvendo raças poderosas, como rottweilers, pitbulls e filas. Mas frisa que é fundamental aos cães, independente da raça e idade, saírem à rua atrelados a guia e coleira adequados ao seu porte.
“Quando os cães estão presos a uma guia, isso traz sensação de segurança às pessoas que estão ao seu redor, seja na rua, numa praça, etc. além de ser benéfico para o próprio cão, evitando fugas, brigas e atropelamentos. Destacando que o material tem que ser de qualidade, evitando acidentes causados com a quebra dos mesmos”, pontua Sabatini.
Ele reforça que mais importante que isso é proporcionar boa educação aos cães, para que sejam sociabilizados e iniciando seu adestramento bem jovens. “Só o equipamento não vai fazer você ter controle total sobre seu animal. É muito comum ver pessoas sendo arrastadas por seus cães na rua, mesmo utilizando guia e coleira do tipo ‘enforcador’”, complementa.
Em caso de ataque, orientação é procurar abrigo
Fabricio Sabatini orienta que, em casos de ataque, a orientação é tentar se manter calmo, analisar o ambiente e verificar a possibilidade de se abrigar em um local próximo, fora do alcance do cão, ou usar qualquer objeto que possa conter o ataque. Em caso recente, em Jaboticabal, seis crianças subiram em um carro para tentar fugir de ataque de pitbull.
“Se não houver um ambiente seguro, evite correr. A movimentação desperta o instinto de caça do cão, aumentando a vontade do animal de atacar, sendo natural a todo predador atacar suas presas pelas costas, quando estão mais vulneráveis”, indica o profissional.
Caso nenhuma saída seja viável, a pessoa deve proteger suas partes vitais, como cabeça, pescoço e abdômen. “Se por acaso cair ao chão, tomar posição fetal, evitando movimentos bruscos. Se possível, retirar a camiseta e movimentar para tentar canalizar o ataque ao objeto.”
Já na situação em que você está presenciando o ataque, a principal maneira de fazer o cão soltar a sua “presa”, seja uma pessoa ou outro cão, é através da asfixia, utilizando uma guia, um pedaço de corda, ou mesmo seu cinto.
“Faça um laço em volta do pescoço do animal e aperte, sem puxar, até que o cão venha a soltar. Outra maneira é segurar o cão pelas patas traseiras, causando-lhe desequilíbrio e assim que ele soltar, comece a andar para trás, evitando que o cão transfira a mordida para você”, pontua.
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