Revolução de 1932 teve catanduvenses no levante contra Vargas
Fotos: Arquivo/O Regional - Catanduva tem números monumentos que fazem referência à Revolução de 32
Principais nomes foram Antonio Ortega de Haro e Josué Grande, mas vários voluntários se lançaram à luta armada
Por Da Reportagem Local | 08 de julho, 2025

A Revolução Constitucionalista de 1932 completa 93 anos hoje. O movimento armado ocorreu em São Paulo entre julho e outubro daquele ano com o objetivo de derrubar o governo provisório do presidente Getúlio Vargas e convocar nova assembleia nacional constituinte.

MMDC é o acrônimo pelo qual se tornou conhecido o levante, também chamado de Guerra Paulista, e representa as iniciais dos nomes dos paulistas mortos pelas tropas federais no confronto ocorrido em 23 de maio de 1932: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.

O pesquisador e historiador Thiago Baccanelli explica que o contexto que aconteceu a Revolução de 32 foi o descontentamento dos paulistas com Getúlio Vargas, que chegou ao poder após golpe em 1930, assumindo postura autoritária, suspendendo inclusive a Constituição Federal.

“Quando a gente fala na Revolução de 1932, é importante termos em mente uma política que vinha sendo desenvolvida no Brasil desde o final do século 19, após a proclamação da República. A chamada política café com leite, que consistia na alternância do poder presidencial entre São Paulo e Minas Gerais, sofreu uma mudança muito grande no ano de 1930, por consequência da chamada Revolução de 1930, encabeçada por Getúlio Vargas”, conta.

A partir desse descontentamento dos paulistas, alguns movimentos começaram, principalmente na cidade de São Paulo, espalhando-se depois para todo o interior.

O estopim para iniciar a luta armada, segundo Baccanelli, foi a consequência do assassinato dos quatro jovens no centro da cidade de São Paulo por partidários do governo de Vargas, que deu origem ao movimento de oposição ao governo federal, conhecido como MMDC.

“Contando com o apoio de várias classes sociais e diversos grupos da sociedade, em 9 de julho de 1932 eclode o movimento revolucionário, onde São Paulo acreditava contar com apoio de outros estados, o que não aconteceu. Não recebendo o apoio que esperava e tendo à frente a tropa do governo federal, que era mais numerosa e mais bem equipada, São Paulo sucumbe e acaba se rendendo em 2 de outubro de 1932, na cidade de Cruzeiro”, relata.

CATANDUVA

Vários catanduvenses foram enviados ao levante, sendo que dois se destacaram: Antonio Ortega de Haro e Josué Grande. Ortega morreu em combate em 4 de setembro, sendo sepultado na própria trincheira e depois seu corpo encaminhado para Catanduva. Já Josué, um dos primeiros a se apresentar para lutar por São Paulo, contraiu doença às margens do rio Grande, sendo hospitalizado em Campinas e transferido para São Paulo, falecendo em 21 de setembro.

Ambos estão sepultados no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, onde existe monumento alusivo à Revolução de 32, o Soldado Constitucionalista, obra do escultor Oscar Valzacchi.

Enquanto os voluntários estavam na revolução, os catanduvenses se juntavam e montaram o que se chamou de Patrulha Constitucionalista, grupo responsável por garantir a ordem na cidade, já que os militares estavam na luta armada. Além disso, foi criado na cidade o batalhão feminino Estrela do Sul, com objetivo dar a assistência aos familiares dos combatentes.

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Da Reportagem Local
Redação de O Regional

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